Justiça autoriza Polícia Federal a fazer busca nos endereços de Marconi

O juízo da 11ª Vara Federal em Goiás expediu 14 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Marconi Perillo, candidato ao Senado e ex-governador do Estado e determinou a prisão temporária de cinco pessoas, entre elas o coordenador da campanha do candidato à reeleição José Eliton (PSDB), o ex-presidente da Agência Goiânia de Transportes e Obras Jayme Rincón.

O cumprimento do mandados está sendo feito pela Polícia Federal, que deflagrou as investigações como parte da operação chamada de Cash Delivery. Os mandados foram autorizados nas cidades de Aparecida de Goiânia, Pirenópolis e Aruanã, em Goiás, e em Campinas e São Paulo.

A Cash Delivery apura repasses indevidos para agentes públicos em Goiás. A cifra investigada é de mais de R$ 12 milhões.

A operação foi baseada na delação de executivos da Odebrecht. Estão sendo investigados empresários, agentes públicos e doleiros pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Candidato ao Senado, Perillo aparecia com 29% das intenções de voto em pesquisa Ibope do dia 21 de setembro. O ex-governador de Goiás se tornou réu no início de setembro por corrupção passiva.

Alvos

Além de Marconi Perillo, são alvos da operação deflagrada hoje, o ex-presidente da Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop) Jayme Eduardo Rincon, o filho dele, Rodrigo Godoi Rincon, o policial militar Márcio Garcia de Moura, o ex-policial militar e advogado Pablo Rogério de Oliveira e o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior.

Prisões

As prisões temporárias dos investigados, pelo prazo de 5 dias, foram pedidas pelo MPF/GO para assegurar que não atrapalhem as investigações, destruindo ou forjando provas. A análise dos e-mails dos investigados, autorizada judicialmente, revelou, segundo o órgão ministerial, que Jayme Rincon apagou propositalmente todos as mensagens do servidor em meados de 2016, logo após a deflagração da 26a fase da Operação Lavajato, que cumpriu mandado de busca e apreensão no apartamento da rua Haddock Lobo, de sua propriedade, onde seu filho morava e o principal local de recebimento da propina, o que indica tentativa de destruir provas. A análise dos e-mails revelou, ainda, conforme o MPF/GO que Jayme Rincon pagou R$24 mil, em dinheiro vivo, por um procedimento médico para o filho, o que indica ocultação de sua origem ilícita.