Inquérito indicia seis pelo rompimento de barragens na GO-070

Barragens foram rompidas
Barragens foram rompidas em fevereiro

A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) concluiu o inquérito sobre o rompimento das duas barragens próximas à GO-070, entre Itauçu  e Itaberaí, na Região Central de Goiás, no dia 20 de fevereiro deste ano. A conclusão das investigações foram apresentadas nesta quinta-feira (7), pelo delegado Luziano Carvalho, titular da especializada.

Falhas no projeto e na execução e a falta de licenciamento ambiental foram os principais motivos do acidente, que provocou a interdição total da via por quase um mês. O inquérito pede o indiciamento de seis envolvidos: o proprietário da fazenda, dois engenheiros envolvidos no projeto, dois executores da obra e do secretário de Meio Ambiente de Itaberaí. Embora a prefeitura não tenha concedido a licença, o delegado entendeu que houve omissão.

Os indiciados
Um dos engenheiros é indiciado por exercício irregular da profissão, pois fez o projeto antes de concluir o curso superior. Já o proprietário da fazenda vai responder por construir a obra sem licença e também por dano ambiental, já que o rompimento provocou danos à fauna e flora da região. As penas variam de seis meses a três anos dependendo do crime praticado.

Segundo o delegado, os danos alcançaram um raio de 20 quilômetros, atingindo plantações e pontes. “A obra foi mal elaborada e o rompimento, por muito pouco, não se tornou uma tragédia ainda maior”, disse. O acidente, para Luziano, serve de exemplo para que outros projetos semelhantes adotem o princípio de prevenção. “Não é porque a pessoa detém o patrimônio, que pode fazer as coisas a bel prazer. Tem que ser feito com responsabilidade, por pessoa habilitada”, opinou.

O trecho destruído foi totalmente liberado para tráfego pela Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) nesta quarta-feira, dia 6. De acordo com a Agetop, depois de 45 dias de trabalho, a passagem pelas vias que compõem a duplicação da GO-070 está autorizada para veículos leves e pesados. As obras de reconstrução foram concentradas nos serviços de recomposição do aterro, com a construção da base e sub-base, de pavimentação das pistas e a consequente sinalização vertical e horizontal.