Desembargador nega liminar e mantém preso acusado de ser o mandante da morte de advogados

O desembargador da ! Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás, Nicomedes Borges, negou liminar para mandar soltar o agricultor Nei Castelli, de 58 anos. Ele foi preso na semana passada acusado de ser o mandante da morte dos advogados Marcus Aprígio Chaves, de 41, e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis, 47. Eles foram assassinados dentro do próprio escritório de advocacia, no setor Aeroporto, em Goiânia, no dia 28 de outubro passado.

A defesa do agricultor, que foi preso no dia 17 de novembro, em Catalão, alegou que a comoção gerada pelas mortes dos advogados está interferindo no caso. Foi citado, por exempllo, que uma nota pública divulgada pela Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego), divulgada no dia que ele foi detido, parabeniza a polícia pela atuação no caso. Para a defesa, a nota fez pré-julgamento. Marcos Aprígio é filho do desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), Leobino Chaves, e Frank é filho do delegado aposentado Francisco de Assis.

Ainda para a defesa, há suspeita de que a prisão do agricultou foi ilegal porque não teria fundamentação hábil e concreta, sem precisar os inídicios de que o preso teria mesmo participado do crime. Além disso, a defesa alega que não teve acesso a todas as informações do inquérito.

Ao analisar o caso, o magistrado afirma que, numa análise superficial, a determinação da prisão preventiva atende os critérios da legalidade. Agora, as argumentações da defesa devem ser analisadas não apenas por ele mas por todo o colegiado da 1ª Câmara Criminal. A defesa, no entanto, garante que irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O crime

O crime aconteceu em 28 de outubro, por volta de 14h30. De acordo com a Polícia Civil, dois homens agendaram horário com os advogados. Ao chegarem ao escritório, no Setor Aeroporto, eles entraram e esperaram. Ainda conforme o relato, a secretária os levou até a sala dos advogados, momento em que os criminosos colocaram as vítimas de costas e disparam.

De acordo com a Polícia Civil, o motivo do crime seria disputa por terras em São Domingos, no nordeste de Goiás. Os advogados mortos trabalhavam em processos judiciais contra familiares do fazendeiro Nei Castelli.

Nei Castelli ficou em silêncio durante interrogatório na Delegacia de Homicídios, no dia 19 passado, segundo o delegado responsável pela investigação, Rhaniel Almeida.