Cigana, que sobreviveu a tentativa de homicídio, será ouvida no caso do serial killer

O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha terá mais uma audiência amanhã (10/05), a partir de 10 horas, na 1ª Vara Criminal de Goiânia, sob a presidência do juiz Jesseir Coelho de Alcântara, no Fórum do Setor Oeste, em Goiânia. Na ocasião serão ouvidas duas pessoas: a vítima de tentativa de homicídio Euripa dos Reis Soares, uma cigana e a única vítima sobrevivente do suposto serial killer, e sua amiga Adriana Bandeira Espíndola (que reconheceu a fisionomia do acusado). O vigilante será qualificado e interrogado também. Após a audiência o magistrado apresentará à imprensa um resumo sobre o andamento de todos os processos envolvendo Tiago.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público (MP-GO), a tentativa de homicídio contra Euripa aconteceu por volta das 23h40 do dia 19 de julho de 2014. Ela e uma amiga tinham acabado de descer de um ônibus do Eixo Anhanguera, nas imediações do Córrego Cascavel e da Feira do Chopp, no Setor Aeroviário,  quando foram abordadas por Tiago Henrique, que estava em uma motocicleta.

Ainda, segundo a investigação, o vigilante se aproximou das duas mulheres e anunciou um assalto, porém, o intuito dele era matar. Enquanto Euripa colocou a mão dentro da bolsa para pegar o celular, com o objetivo de entregá-lo, Tiago Henrique apontou uma arma de fogo e atirou. A vítima conseguiu correr por alguns metros, mas acabou caindo. A amiga dela escapou ilesa.

Euripa, que foi atingida pelo tiro no pescoço, foi socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). No local, ela passou por uma cirurgia e permaneceu internada por 13 dias, sendo a maioria na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Apesar das lesões, ela se recuperou.

Para o MP-GO, “com tal conduta, o indiciado deu início à execução de um crime de homicídio, que não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade, consubstanciadas no pronto atendimento médico recebido pela vítima no local, pela equipe do Samu, e, finalmente, no Hugo”.

A acusação sustenta que o intuito de matar Euripa encontra-se evidenciado pela região em que a vítima foi atingida, “local nobre do corpo humano”. Assim, pede a condenação do vigilante pelo crime de tentativa de homicídio, por motivo torpe, “uma vez, que, como sempre fazia, nos mais de 30 homicídios por ele praticados, agiu munido de sentimento de crueldade, extrema vileza, imoralidade e covardia, porquanto escolhia suas vítimas por mero deleite e de forma aleatória, buscando a prática do crime como satisfação mórbida de seu prazer”.