Casos de troca de bebês não devem ser atribuídos exclusivamente à área médica, defende advogada

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A recente troca de bebês registrada no Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin) levanta uma série de questionamentos em relação à conduta do profissional da área médica. O caso tornou-se ainda mais preocupante depois que duas mães contaram que, em 2017, também tiveram suas filhas trocadas na mesma unidade. Diante disso, a advogada Nycolle Soares, especialista em Direito da Saúde, esclarece que, em tais casos, as falhas na prestação de serviço não devem ser direcionadas apenas à área médica, já que a gestão do hospital também está envolvida e, por isso, é fundamental uma apuração cautelosa.

Advogada Nycolle Soares

“Nesse cenário, as condutas de gestão e até mesmo o movimento de acreditação das instituições de saúde se tornam cada vez mais necessários. Diante de um fato como a troca de bebês, a existência de dano se torna quase inquestionável, mas a apuração que deverá ser feita precisará verificar qual conduta gerou esse dano”, defende Nycolle.

Ela acrescenta que, nos casos em que as instituições já trabalham com a gestão de processos e com foco na segurança do paciente, até mesmo a apuração das falhas se torna mais eficaz e uma ferramenta importante para a prevenção de litígios. “Trata-se de um elemento fundamental para a eximir a responsabilidade da instituição”, complementa a advogada.

Os dois casais que tiveram os bebês trocados neste mês decidiram morar juntos até o resultado do exame de DNA sair. É uma forma de facilitar a transição, já que a destroca também tem sido pesada para todos. Sobre o caso de 2017, o Instituto Gerir, que administrava o hospital na época, disse que todas as providências para solucionar o problema foram tomadas, e que deram toda assistência às famílias.