Assassino em série: vigilante é denunciado pelo homicídio de um jovem no Setor Rodoviário

O promotor de Justiça Maurício Gonçalves de Camargo ofereceu denúncia contra Tiago Henrique Gomes da Rocha pelo crime de homicídio qualificado praticado contra Adailton dos Santos Farias, de 23 anos, ocorrida em 31 de julho de 2014. Esta é a sétima denúncia por homicídio oferecida pelo MP contra o vigilante, a primeira por crime contra um homem.

De acordo com a denúncia, nesta data, por volta das 20 horas, Adailton estava saindo da casa onde morava, no Setor Rodoviário em Goiânia e encontrou-se com uma amiga, quando pararam para conversar. Após rápido encontro, a vítima seguiu caminhando pela calçada da Rua Anchieta quando foi abordado por Tiago, que estava em uma moto.

Ao aproximar-se de Adailton, ele apontou uma arma de fogo e determinou que o jovem colocasse as mãos no chão. O jovem obedeceu e, sem que houvesse qualquer discussão, Tiago efetuou dois disparos, que causou a morte instantânea de Adailton.

Segundo apresentado na denúncia, a vítima era do Pará e estava em Goiânia há cerca de 1 ano e 3 meses. Solteiro, ele morava com dois amigos, era religioso, trabalhador, não possuía envolvimento com drogas, nem inimizades. Tiago não o conhecia.

Confissão
Em depoimento, Tiago confessou ter matado Adailton dizendo que foi o 32º assassinato, descrevendo a vítima como um rapaz moreno, que foi abordado em uma das ruas do Setor Rodoviário. Ele relatou ainda que obrigou o rapaz a se deitar na calçada e atirou duas vezes nas costas. A descrição feita pelo denunciado a respeito das características físicas da vítima e a dinâmica do crime em tudo se harmoniza com o depoimento da amiga de Adailton, que testemunhou o crime.

De acordo com o promotor, o exame de confronto microbalístico, cotejando um projétil encontrado no local do crime com um projétil padrão expelido pelo cano da arma de fogo do tipo revólver calibre 38, apreendido na casa do denunciado, teve o resultado prejudicado em razão da extensão das avarias presentes no corpo cilíndrico do projétil encontrado no local.

Na denúncia, o promotor destaca que “o crime foi praticado por motivo torpe, decorrente da satisfação mórbida de prazer que o denunciado nutria ao matar pessoas, escolhendo suas vítimas aleatoriamente, fato por ele próprio confessado”. Ele acrescenta que está também evidenciado o recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima, já que Adailton foi abordado de surpresa pelo denunciado que o rendeu, para, em seguida, determinar que deitasse no chão e efetuasse os tiros. Fonte: MP-GO