A falta de respeito de um aluno com a professora em sala de aula – e que já resultou em aplicação de medida socioeducativa ao adolescente –, foi uma das 368 audiências agendadas para esta 3ª edição do Projeto Justiça Ativa, que teve início nesta quinta (4) e prossegue nesta sexta-feira (5), na comarca de Campinorte, localizada na Região Norte do Estado.
A audiência por ato infracional praticado pelo adolescente de 17 anos foi a primeira realizada pela juíza Célia Regina Lara, da comarca de Cocalzinho que, ao lado de outros 12 juízes, estão atuando no evento. Acompanhado dos pais, o adolescente, que cursa o ensino fundamental no Colégio Estadual Deoclides Martins da Costa, contou que em 11 de junho deste ano estava dormindo em sala de aula e a professora o acordou para fazer uma prova de história. Como era em dupla, ela o pediu que fosse para a frente da sala fazer o teste com um colega e ele disse que não. Além de se recusar a ir até a cadeira do colega, o rapaz ofendeu a professora, utilizando-se de um termo chulo.
Diante desta atitude, a professora chamou a diretora, que o pediu para sair da sala de aula, tendo sido registrada uma ocorrência policial, que deu origem à representação pelo Ministério Público de Goiás (PMGO). A mãe do adolescente só tomou conhecimento do fato ao ser convidada a ir ao colégio, quando também foi comunicada da decisão da professora em entrar na Justiça contra a postura do seu filho.
Reconhecer os erros
Com voz pausada, mas enérgica, a juíza Célia Regina Lara disse ao estudante que “não é com xingamento que conseguimos resolver nossos problemas e que é importante reconhecer nossos erros”. Por sua vez, o menor mostrou-se arrependido e afirmou que deseja voltar a ter um comportamento social adequando.
Na audiência, além da aplicação da medida socioeducativa (prestação de três meses de serviços gratuitos à comunidade, à razão de cinco horas semanais, em local a ser indicado pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Campinorte) o adolescente foi advertido de que deverá voltar a estudar e tratar as pessoas com repeito, os servidores públicos, inclusive, professores, colaboradores não só da formação educacional dos indivíduos, mas também social.
Os pais do menor afirmaram estar decepcionados com o comportamento do filho e que se sentiram envergonhados por terem ido pela primeira vez à sede do Judiciário, “numa situação assim”. Sobre a decisão da juíza, observaram ser justa, pois “ele tinha ter ter uma penalidade para mudar de vida”.