TJGO mantém prisão de acusado de ser o mandante da morte de advogados

Nei Castelli foi preso acusado de ser o mandante dos crimes
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A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás manteve, por unanimidade, a prisão do agricultor Nei Castelli, de 58 anos. Ele é acusado de ser o mandante da morte dos advogados Marcus Aprígio Chaves, de 41, e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis, de 47, dentro do próprio escritório, no Setor Aeroporto, em Goiânia, no dia 28 de outubro do ano passado. Nei Casteli foi preso em 17 de novembro, em Catalão.

Marcos Aprígio é filho do desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), Leobino Chaves, e Frank é filho do delegado aposentado Francisco de Assis. De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público no dia 4 de dezembro de 2020, o crime foi encomendado por Nei Castelli, em razão de as vítimas terem alcançado êxito em uma ação de reintegração de posse proposta contra a família dele, na qual coube pagar aos advogados, a título de honorários, o valor de R$ 4,6 milhões. Apurou-se que, inconformado com a condenação e por interesses patrimoniais, Castelli teria decidido matar os advogados como forma de retaliação.

A corte justificou a manutenção da prisão sob alegação de que a soltura de Castelli poderia colocar outras vidas em risco. Foi apontado que recente operação a Polícia Federal teria apontado o envolvimento do denunciado em compra de sentenças judiciais na Bahia, onde foi deflagrada a Operação Faroeste. A defesa, no entanto, garantiu que vai recorrer da decisão ao Superior Tribunal de Justiça.

Denúncia

Conforme a peça acusatória, Nei Castelli prometeu pagar a Pedro Henrique e a Jaberson Gomes, os executores do crime, o valor de R$ 100 mil, caso saíssem impunes, ou R$ 500 mil, caso fossem presos em decorrência da empreitada criminosa.

Para ter acesso às vítimas, Pedro Henrique e Jaberson Gomes agendaram uma reunião com o advogado Marcus Chaves utilizando um nome falso. Ao chegarem ao escritório e tendo sido levados à sala de reunião, renderam Marcus Chaves que, sob a mira de revólveres, foi obrigado a chamar Frank Alessandro para o local.

Visando despistar a real motivação dos crimes, Pedro Henrique perguntou onde estava o dinheiro, ocasião em que Marcus Aprígio lhe entregou a quantia de R$ 2 mil, na esperança de que fossem embora. No entanto, Pedro Henrique disparou uma vez contra Frank Alessandro e três vezes contra Marcus Aprígio Chaves, que morreram no local.