Mudanças, cuidados e perspectivas para empregadores e empregados com a reforma trabalhista, que entrará em vigor em novembro, são o tema de um bate-papo que os advogados Murilo Chaves e Diogo Ferreira promovem hoje para empresários e amigos no restaurante Viela Gastronômica. A dica dos especialistas é para que todos se preparem para não serem surpreendidos com inovações e também com a tendência da Justiça do Trabalho pós-reforma.
Para Murilo Chaves, apesar do discurso de que se tratava de uma modernização da legislação para se adaptar aos novos tempos, a reforma é, na realidade, a perda de uma oportunidade efetiva para atualizar de fato as relações de trabalho, indo contra o discurso oficial. “Modernizar a legislação trabalhista seria fazer o contraponto entre a realidade de quando as leis foram agrupadas e o momento atual, mas, infelizmente, o que temos hoje não é isso”, observa.
“O que se fez, na realidade, foi olhar para trás, sobretudo com a formatação de um texto que, no afã de garantir proteção aos empregadores, trouxe ainda mais dúvidas acerca da aplicação prática das normas trabalhistas”, pondera Murilo Chaves. “Essas mudanças, ao contrário do que se imagina, não foram pensadas levando em consideração um patamar duradouro de novas relações de trabalho, pois foram feitas às pressas. Para o bem da verdade, a reforma foi enxotada pelas necessidades de uma crise econômica que cedo ou tarde passará. Porém, a nova CLT permanecerá”, desafia.
Diogo Ferreira destaca que os problemas não se apresentam apenas para o empregado, ao contrário da possível impressão inicial. “As flexibilizações poderão levar a uma redução na demanda de produtos e serviços, à medida que permitem novas relações de trabalho. Temos de discutir muito e nos preparar para enfrentarmos o que se avizinha”, diz o advogado.
