O presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), desembargador Ney Teles de Paula, suspendeu ontem à tarde o afastamento do prefeito de Rialma, Janduhy Diniz Vieira Filho (PSDB), que ficou uma semana preso em outubro, acusado de participar de fraudes em licitações na saúde pública investigadas na Operação Tarja Preta, pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). Ele havia sido afastado pela Justiça no dia 21 de outubro. As informações são do Jornal O Popular.
O desembargador argumenta que o fato de Janduhy exercer o cargo de prefeito, por si só, não é motivo que justifique seu afastamento do cargo, visto que não é certeza que isso irá tumultuar o processo. “Assim, a decisão causa grave lesão à ordem pública institucional”, afirma Ney Teles.
Questionado pela reportagem se não se sentia constrangido por voltar ao cargo enquanto ainda é processado, Janduhy afirmou que as provas garantirão sua inocência. “Gravações estão ao meu favor, pois a organização afirma que eu não concordei em colaborar com o esquema. Fui eleito e devo exercer a função para a qual fui escolhido, isso não irá atrapalhar nas investigações. O povo também está a meu favor. Vários populares vieram me cumprimentar.”
De acordo com o MP-GO, Janduhy teria recebido do grupo de empresários envolvidos nos esquemas de fraudes R$ 60 mil durante a campanha eleitoral em 2012, mas foi obrigado a devolver o dinheiro por não ter conseguido direcionar as licitações da área de saúde para as empresas dos suspeitos. Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-GO, o Tribunal de Contas do Município (TCM) conseguiu liminar que impedia a licitação de medicamentos em Rialma e este teria sido o verdadeiro motivo para que a fraude não ter sido concretizada.
