PM cobra de baderneiros que agiram no Buriti Shopping prejuízo de R$ 80 mil

A ação da Polícia Militar (PM) no Buriti Shopping, em Aparecida de Goiânia, no último sábado, em decorrência de uma confusão envolvendo jovens, teria custado cerca de R$80 mil aos cofres públicos. Esse é o valor que consta no ofício entregue pelo tenente-coronel Mauro Sales ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) na tarde de ontem. O relatório ainda identifica 42 pessoas, três delas adultas, supostamente envolvidas no tumulto. As informações são do jornal O Hoje.

O comunicado pede possível ressarcimento junto à Justiça de eventuais prejuízos causados pelo tumulto, tanto ao erário quanto aos lojistas que tiveram os estabelecimentos fechados. No ofício ainda consta um pedido de reunião com todos os envolvidos com participação do Conselho Tutelar, Polícia Militar (PM), Ministério Público, jovens e pais para orientar e advertir sobre as consequências dos atos praticados no shopping.

De acordo com o tenente-coronel Sales, as condutas serão individualizadas e os adolescentes, identificados e notificados judicialmente de acordo com as infrações praticadas. Sales informa que a ação envolveu pelo menos 60 homens da PM, helicóptero da corporação e veículos da Ronda Ostensiva Tático Metropolitana (Rotam), numa ação que durou dois dias.

Ressarcimento
Segundo Sales, foi um ato irresponsável por parte dos jovens, que poderia ter causado prejuízos materiais e à vida dos frequentadores do shopping. “Felizmente a PM estava monitorando a ação e não houve nenhum tipo de depredação ou violência grave. Mas a corporação mobilizou esforço que poderia ter sido usado em outro tipo de operação, com benefícios para a sociedade”, argumenta.

A promotora do MP da comarca de Aparecida de Goiânia, Ângela Cristina dos Santos, afirma que, se houver algum tipo de ressarcimento a ser feito, é algo que cabe aos lojistas solicitarem junto à direção do shopping. O MP-GO não tem competência para solicitar esse tipo de ressarcimento. “É uma questão privada do shopping com o lojista, se houve prejuízos. Quanto à PM, a corporação tem um orçamento justamente para proporcionar segurança à população. Não cabe nenhum tipo de ressarcimento”, afirma.

Em nota divulgada ainda na noite de sábado, a assessoria do shopping informou que o estabelecimento fechou as portas para colaborar com a identificação dos participantes que provocaram o tumulto. A assessoria adianta que a direção do shopping passa por um momento de avaliação, dado o alcance que os acontecimentos tomaram junto à imprensa, e lembra que o estabelecimento não teve danos materiais, nem ocorrência de furtos ou roubos.

O caso
Três pessoas foram detidas no sábado por arruaça e tráfico de drogas após marcarem pelo Facebook um encontro no Buriti Shopping. A princípio, o encontro teria participação de apenas seis jovens, mas tomou outra proporção. A página na rede chegou a contar com mais de 4 mil pessoas confirmadas.

A PM e a direção do shopping souberam do ato na sexta-feira e montaram esquema de segurança. Lojistas chegaram a fechar as portas. Houve correria e a funcionária de uma loja entrou em trabalho de parto. Um homem chegou a fraturar o braço.

Padre Pelágio: câmeras desligadas

Parte de reestruturação da segurança do sistema de monitoramento da Metrobus, as câmeras do Terminal Padre Pelágio se encontram desligadas. A reformulação envolve a centralização do monitoramento por vídeo, a redução do número de vigilantes terceirizados e a parceria com a Polícia Militar (PM), com o intuito de reforçar a segurança nos cinco terminais e 19 plataformas geridas pela empresa.

Na última semana, a reportagem do O HOJE mostrou que as seis câmeras instaladas no Terminal da Praça A também não funcionavam. Somente de janeiro a julho deste ano são 2.834 ocorrências de furtos registrados em ônibus ou terminais. Roubos são mais de 250. Uma média de 15 notificações por dia.

De acordo com a assessoria da Metrobus, responsável pelo Eixo Anhanguera, o desligamento das câmeras é temporário e deve ser restabelecido o quanto antes. A empresa ainda salienta que o intuito da reformulação é contar com apoio maior da Secretaria de Segurança Pública para o policiamento. O monitoramento das câmeras e a presença dos vigias nos terminais seriam artifícios auxiliares para a segurança, que é de responsabilidade do Estado.

A Metrobus, por meio da assessoria, diz que um quarto da população de Goiânia passa pelos terminais e plataformas geridas pela empresa e que faz o possível para oferecer garantir a segurança. As filmagens seriam apenas para inibir as atividades ilícitas e os vigilantes não têm poder de polícia para agir contra criminosos.