Pedido de vistas suspende julgamento de habeas corpus de João de Deus

Integrantes da 1ª Câmara Criminal

Um pedido de vistas feito pelo juiz substituto em grau Sival Guerra suspendeu, na tarde desta quinta-feira (10), na 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás, o julgamento do habeas corpus interposto pela defesa do médium João de Deus. Antes dele, porém, dois desembargadores haviam seguido o voto do relator, o desembargador Nicomedes Domingos Borges, que mantendo a prisão do médium, que esta detido desde o dia 16 de dezembro acusado de abuso sexual e porte ilegal de arma de fogo.

A sessão da 1ª Câmara Criminal teve início às 13 horas, quando foi aberta a palavra à promotora de Justiça Gabriela de Queiroz Clementino. Com pedido contundente de manutenção da prisão, a representante do Ministério Público afirmou que João de Deus deve ser mantido encarcerado por representar risco de incorrer em novos crimes. Além disso, ela afirmou que, apesar da defesa alegar que a saúde do preso é precária, ela citou pareceres que apontam que ele não tem doença que não possa ser tratada na prisão.

Promotora durante sustentação oral

Apesar do julgamento ter sido interrompido pelo pedido de vistas, o advogado Alberto Toron, que fez sustentação oral, garantiu que irá recorrer do Superior Tribunal de Justiça caso o posicionamento da maioria do desembargadores prevaleça na próxima sessão da corte, quando o processo volta a pauta. Isso deve ocorrer na semana que vem. Toron esteve acompanhado por outro advogado do médium, o goiano Alex Neder.

Indiciamento

A força-tarefa da Polícia Civil de Goiás que investiga o médium João Teixeira de Farias, o João de Deus, concluiu mais três inquéritos nesta quinta-feira (10). O líder espiritual teve um novo indiciamento por posse sexual mediante fraude e dois por posse ilegal de armas. A mulher dele, Ana Keyla Teixeira Lourenço, também foi indiciada.

Ontem também a juíza Rosângela Rodrigues dos Santos recebeu a primeira denúncia contra o médium. Com isso, ele passou a ser réu pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude em um caso envolvendo quatro vítimas. Os crimes teriam sido cometidos durante tratamento espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, onde ele fazia atendimentos. O médium, que foi ouvido ontem pela Policia Civil, em outro caso envolvendo posse ilegal de arma, sempre negou os crimes.