Para advogado, novas regras para eleições diminuem tempo de campanha e dificultam escolha dos eleitores

Da Redação

O advogado Dyogo Crosara
Advogado Dyogo Crosara.

As crises política e econômica pelas quais o Brasil está passando têm levado a população a um debate prorrogado sobre as eleições de 2014. Entretanto, o advogado eleitoral Dyogo Crosara alerta que chegou o momento de os brasileiros voltarem as preocupações para o pleito do novo ano. “Em 2 de outubro, os eleitores vão escolher prefeitos e vereadores em um processo com novidades que não colaboram com o crescimento de nossa democracia”, assevera.

De acordo com o advogado, novas regras passaram a vigorar desde o primeiro dia de 2016, como a diminuição do tempo de campanha. Segundo ele, a divulgação nas ruas começará a partir do dia 16 de agosto – reduzindo de 90 para pouco mais de 45 dias – e as propagandas na TV e rádio começarão em 26 de agosto. “Os blocos de propagandas poderão ter apenas 10 minutos por dia, de segunda a sábado, e para os candidatos a vereador, haverão somente inserções ao longo das programações”, informa.

Para o advogado, contudo, essas alterações, aliadas a outras que vêm sendo implantadas desde 2006, apenas contribuem para que os atuais grupos políticos permaneçam no poder, por serem já conhecidos e por terem melhores estruturas de campanha. “É preciso lembrar que o eleitor deve conhecer seus candidatos, as propostas de cada um deles, seus defeitos e qualidades, discutindo exaustivamente cada faceta deles. Mas 45 dias não é tempo suficiente para isso”, explica.

Crosara avalia que, com essa privação trazida pelas novas regras de campanha, a imprensa deve incentivar o início do debate sobre as eleições e o eleitor deve ser mais proativo. Ele orienta que é necessário conhecer os candidatos desde já e analisar as opiniões e programas daquele que escolher, para saber em quem realmente está votando. “Se queremos mudança, não podemos decidir o candidato apenas em 2 de outubro, escolhendo por meio de um ‘santinho’ que achamos jogado no chão. Quem vota assim, não pode reclamar depois”, arremata