OAB-GO vai investigar conduta de advogado que xingou magistrados em recurso na Justiça

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) vai investigar a conduta de uma advogado regularmente inscrito que, no exercício da profissão e também em causa própria, peticionou usando termos e expressões que, segundo a entidade, são incompatíveis com a urbanidade, técnica e com o bom-senso exigidos à boa pratica advocatícia. Ele iniciou a petição com o termo “Escrotíssimo senhor juiz de Direito (…)”. Também chamou o magistrado de “corrupto, sociopata e sem vergonha na cara”.

Em razão da grande repercussão do caso, principalmente nas redes sociais, a OAB-GO informa que já adotou internamente as providências necessárias à apuração de infração ético-disciplinar, na qual lhe será assegurada a ampla defesa.

“Ao mesmo tempo, a utilização de termos tão desconectados da grandeza da função advocatícia despertou a atenção da Diretoria e do Conselho Seccional sobre a eventual necessidade pessoal e de saúde do advogado, pelo que, atento ao aspecto humano, também adota a Seccional cautelas nesse particular”, afirma a entidade em nota divulgada no site da instituição.

O recurso

O Rota Jurídica tentou contato com o causídico mas não teve sucesso. Mas no recurso,  o advogado alega que está há mais de dois anos sem emprego e que foi exonerado de forma criminosa do cargo de auxiliar de autópsia no Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia, no qual atuou por nove anos. Isso, segundo ele, sem haver nenhum processo administrativo e que, conforme relata, “por puro assédio moral”.

Contudo, argumenta que, no processo judicial para reaver sua função, que já tramita há mais de dois anos e meio, “magistrados se recusaram sistematicamente a discutir e analisar a narrativa, argumentação e provas” trazidas por ele na petição inicial. Ele cita o nome de cinco magistrados, dois deles desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás.

Asmego

A Associação dos Magistrados de Goiás (Asmego) também divulgou, nas redes sociais da entidade, nota em favor dos juízes mencionados no recurso. A entidade afirma que além de agir de forma completamente desrespeitosa, sem guardar o decoro que é exigido à função que ocupa, incorre em crimes contra a honra, tais como calúnia e difamação.