Mulher de Carlinhos Cachoeira é absolvida em processo por ameaça a juiz federal

A Justiça Federal absolveu a empresária Andressa Mendonça da acusação de ter ameaçado o juiz Alderido Rocha Santos, responsável pela Operação Monte Carlo. O juiz Abel Cardoso Morais, em substituição na 5ª Vara Federal de Goiânia, entendeu que a mulher de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, embora tenha tentado constranger o magistrado, o ato não pode ser entendido como crime, pois não houve oferecimento ou promessa de vantagem indevida.

“É fácil perceber que a ré não buscou corromper o magistrado pelo oferecimento ou promessa de vantagem indevida, senão tentou claramente sugerir a este que ele poderia ver seu nome publicado em revista de circulação nacional, em companhia de pessoas que teriam amizade pessoal do juiz, se não atendesse aos pedidos da ré”, argumenta Abel Morais.

Conforme relatos de Alderico, que constam no processo, Andressa teria lhe procurado em seu gabinete, ainda em 2012, para intimidá-lo. Teria dito que se o marido, à época preso no presídio da Papuda em Brasília, fosse solto, impediria que a revista Veja publicasse matéria negativa contra ele. Havia, segundo ela, um dossiê contra o magistrado que estava para ser divulgado e Cachoeira tinha “um jornalista na revista, que podia tratar do impedimento”.

Andressa chegou a escrever em um papel nome de pessoas envolvidas com Alberico e que também seriam alvos da reportagem. Cachoeira estava preso sob acusação de comandar esquema de jogo ilegal.

O juiz responsável pela sentença também frisa no relatório que, em depoimento, Alberico “afirmou de forma categórica não ter sido oferecida nenhuma vantagem de qualquer natureza”. O magistrado reconhece, no entanto, que o ato de Andressa “não é recomendável no âmbito da ética”, mas conclui que o “comportamento da ré manteve-se distante da censura penal”. “Dessa forma, diante da ausência das elementares violência ou grave ameaça, não foi configurada a prática de crime”, finaliza. Com informações do Popular