MPF processa organização criminosa que causou prejuízos à Caixa

O Ministério Público Federal em Anápolis/Uruaçu ofereceu denúncia contra sete integrantes de uma quadrilha que aplicava fraudes contra correntistas da Caixa Econômica Federal em Anápolis/GO, Barbacena/MG, Barueri/SP e Samambaia/DF. Os denunciados Alex Aquino dos Santos, Eduardo Javier Nogueira Pinilla, Cícero Flávio Rodrigues, Matheus Gustavo Alves Bezerra, Valney da Conceição, Danilo Lemuel Antunes da Silva devem responder pelos crimes de organização criminosa, estelionato, falsificação de documento público, uso de documento público falso, falsidade ideológica e quebra de sigilo bancário. Dos sete criminosos, cinco seguem presos desde o último dia 24 de março.

As investigações tiveram início em setembro de 2014, época em que Cícero fora preso em flagrante quando realizava um saque de R$ 5 mil, utilizando-se de documentos falsos, em uma agência da Caixa em Brasília/DF. Com o aprofundamento das investigações, a Polícia Federal (PF) pôde identificar os outros membros da organização criminosa – que continuaram agindo após a prisão de Cícero – e em março deste ano foi deflagrada a operação “Caixa Oculta”, que culminou na prisão de seis dos sete denunciados pelo MPF, além do cumprimento de diversos mandados de busca e apreensão.

Esquema criminoso
As investigações apontaram que a quadrilha, chefiada por Alex, obtinha informações privilegiadas sobre contas bancárias de correntistas da Caixa contendo altos valores. Os dados eram levantados por Matheus Gustavo, que na época trabalhava como empregado terceirizado do banco em uma agência de Brasília/DF. De posse dessas informações, Alex providenciava documentos pessoais falsos dos correntistas indicados por Matheus, além de procurações fraudulentas que possibilitavam aos executores do crime irem até as agências realizar saques e transferências.

Na maior parte dos casos, o denunciado Cícero era quem comparecia às agências e, munido de tais documentos, efetuava saques no valor de R$ 5mil (valor máximo permitido para retiradas sem programação) e solicitava transferências para outras contas abertas com documentos falsos ou de propriedade de terceiros arregimentados exclusivamente para ceder suas contas, como fazia o denunciado Valney, que, após ser arregimentado pelo acusado Danilo, forneceu sua conta para receber os valores obtidos ilicitamente.

Na tentativa de transmitir maior credibilidade durante a ação, os falsários vestiam-se com fardas da aeronáutica durante suas investidas contra as agências. A indumentária era fornecida pelo denunciado Eduardo, ex-militar da Aeronáutica, que também era responsável por cooptar as pessoas que forneciam suas contas bancárias para a distribuição dos valores retirados fraudulentamente.