Justiça manda soltar oito detidos durante Operação Tarja Preta. Nenhum deles é prefeito

Por decisão do desembargador Edison Miguel da Silva Junior, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), oito pessoas presas por suposto envolvimento no esquema de compra de medicamentos superfaturados em prefeituras do interior do Estado devem ser soltas no decorrer do dia de hoje. Elas fazem parte do grupo de 37 pessoas detidas na Operação Tarja Preta, deflagrada pelo Ministério Público estadual (MP-GO) na última terça-feira (15).
 
Entre os que serão liberados, não há nenhum dos 11 prefeitos envolvidos no esquema e que também foram detidos. Deverão ser soltos Domingos Amorim da Silva, Mariana Pereira de Sá, Suelen Freire de Almeida Luziane Ferreira Brito, Celsa Antônia de Oliveira Andrade, Paula Caroline Silva Gomes, Israel Nascimento Rodrigues e Márcio Franklin Portela Mourão.

Investigações
Por meio das investigações, que começaram há um ano, o MP descobriu que a organização criminosa que atuava com vendas fraudadas e superfaturadas de medicamentos aliciava prefeitos com os quais fazia parcerias para compras de medicamentos pelas prefeituras através de falsas despensas e licitações.

De acordo com o procurador-geral de Justiça, Lauro Machado Nogueira, o grupo atuava por meio de cinco empresas que lotearam o Estado com simulações de licitações e falsas despensas com apoio de agentes públicos: prefeitos, secretários de Saúde, pregoeiros e outros. O aliciamento de prefeitos começou na véspera da campanha política municipal do ano passado. A organização financiava campanhas com a contrapartida de que os prefeitos dessem exclusividade às suas empresas na aquisição de remédios aos municípios. Segundo o procurador, os pagamentos aos prefeitos eram feitos por meio de vales depois que as licitações eram forjadas com datas retroativas.