Professores decidem pela continuação da greve e seguem acampados na Câmara

Os professores e servidores administrativos da rede municipal de educação decidiu pela continuação da greve, que começou no último dia 24 de setembro. A decisão foi anunciada na manhã desta quinta-feira (17/10), após a assembleia da categoria, na qual foram avaliadas as propostas apresentadas pela Prefeitura de Goiânia. O grupo também decidiu não desocupar a Câmara de Goiânia, onde estão desde a manhã do dia 8 de outubro. As informações são do jornal A Redação

Neste momento, parte dos grevistas segue pela Avenida Independência, em uma manifestação, no Setor Central. A intenção é fechar a via, o que pode causar transtornos aos motoristas e à população que depende do tranporte coletivo. A manifestação fará um cortejo e o velório simbólico do prefeito Paulo Garcia (PT). Os manifestantes informaram que a greve segue sem previsão de término.

Assembleia
A assembleia da categoria, na manhã desta quinta-feira (17/10), aconteceu no plenário da Câmara de Goiânia, onde os manifestantes estão munidos de barracas e toda uma estrutura para alimentação e higiene. Durante toda quarta-feira (16/10), a categoria analisou a proposta do prefeito, redigiu uma contra-proposta e enviou ao Paço Municipal, mas o documento não voltou, o que foi interpretado pelos professores como uma negativa por parte do petista. Sobre a proposta de Paulo, os grevistas afirmam que o documento traz pontos ambíguos que “não podem ser aceitos depois de tanta luta”.
 
Em entrevista ao jornal A Redação, o professor da rede municipal Wendell Nunes disse que a categoria não abre mão de pontos que considera essenciais, como a criação de um plano de carreira para os agentes educativos que auxiliam os professores nos Cmeis. “Eles tem formação, trabalham como professores e recebem como servidores administrativos, o que é injusto”, explica.
 
Outro ponto é a progressão horizontal do salário dos servidores administrativos, que deveria acontecer de dois em dois anos, mas que na prática acontece de três em três anos. “Essa progressão representa os benfícios que deveriam ser acumulados nos pagamentos”, pontua. Ainda no campo do quadro de funcionários administrativos, Wendell cita a necessidade da criação de uma comissão de estudos para discutir a insalubridade do trabalho. “E as merendeiras que trabalham com gás e fogo o dia todo?”, questiona.

Proposta
Estas e outras 24 reivindicações foram discutidas com o prefeito na quarta-feira (16/10). Depois do encontro o Paço redigiu um documento que foi entregue aos professores pessoalmente pelo petista no período da noite. “Ele veio pessoalmente. Estava marcado para às 17 horas, mas ele só chegou aqui às 22 horas”, conta Wendell. Depois de analisar, os professores fizeram uma contra-proposta que Paulo parece não ter aceitado.
 
No documento feito pela categoria, os professores pedem a organização da titularidade até janeiro, o aumento do auxílio transporte – para todos os servidores – a partir de janeiro de 2014, em 26,5%, e o mesmo percentual a partir de janeiro de 2015 e a retirada de um processo judicial contra oito professores, entre outro pontos.
 
Processo judicial
O processo judicial citado por Wendell diz respeito ao embróglio da liminar da desembargadora do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) Beatriz Figueiredo Franco, que determinou a suspensão da greve e retomada das aulas. Como não tinha um sindicato específico para notificar, ela enviou o documento em nome de oito professores. De acordo com a liminar, caso a greve continuasse, os oito seriam multados em R$10 por dia.
 
Wendell explica que o movimento não é ilegal e que houve um questionemnto sobre o não aviso da greve por parte da categria.”Eles alegaram que nós não comunicamos a SME – Secretaria Municipal de Educação – sobre a greve com 48 horas de antecedência”.