Júri de acusados matar Valério Luiz prossegue hoje com oitiva de testemunhas de defesa e interrogatório dos réus

Sessão está sendo realizada no Plenário do TJGO/Foto: Agnos Santos
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Nesta terça-feira (08), segundo dia do julgamento do caso da morte do radialista Valério Luiz, devem prosseguir o depoimento das testemunhas do processo. A previsão é de que os quatro dos cinco réus presentes na sessão do júri popular também sejam interrogados. O início dos trabalhos será às 8h30, no plenário do Tribunal de Justiça de Goiás, no Setor Oeste, em Goiânia (GO).

Ontem foram ouvidas cinco testemunhas arroladas pelo Ministério Público de Goiás. Uma delas foi o delegado responsável pelas investigados do caso, ocorrido em 2012.

Hoje quatro testemunhas de defesa serão ouvidas, além dos quatro réus. Na sessão do dia 13 de junho, interrompida em razão de um jurado ter passado mal, a defesa havia dispensado várias testemunhas, o que foi mantido ontem, data em que outras duas também foram liberadas de prestarem depoimento nesta terça-feira.

O réu Maurício Sampaio é apontado como mandante do assassinato e Ademá Figueiredo Aguiar Silva é indicado como sendo o executor do assassinato. Os outros dois réus que teriam contibuído para execução do crime são Djalma Gomes da Silva e Urbano de Carvalho Malta. Marcos Vinícius Pereira, que mora em Portugal, não compareceu ao julgamento. Ele poderá ser ouvido por videoconferência.

A expectativa é que o julgamento somente seja concluído nesta quarta-feira (9), data que deverá ser reservada aos debates entre Ministério Público e defesa dos réus.

Quatro adiamentos

O julgamento está ocorrendo após quatro adiamentos. Os réus recorreram da pronúncia com recursos que chegaram ao STJ e STF, que confirmou a decisão. O júri, então, foi marcado para junho de 2020, mas em razão da pandemia, foi adiado para 14 de março de 2022. Nesta data, o advogado que representava Maurício Sampaio havia desistido da defesa e, sem um defensor constituído no processo, ele não poderia ser julgado.

Por isso, o juiz Lourival adiou o júri para 2 de maio, contudo, os advogados de Maurício Sampaio abandonaram a sessão. Uma nova data foi agendada para o dia 14 de junho, mas um jurado passou mal no segundo dia de julgamento e, como ele deixou o hotel para procurar atendimento médico sem comunicar o oficial de justiça, o juiz, mais uma vez, precisou suspender o júri.

Para evitar qualquer problema, como no júri anterior, para esta nova sessão, o juiz Lourival Machado determinou que dois oficiais e um policial militar permaneçam no hotel com os seis homens e uma mulher que foram escolhidos para participar do julgamento.

Denúncia

De acordo com a denúncia, o crime foi cometido por volta das 14 horas de 5 de julho de 2012, na Rua T-38, no Setor Bueno, a poucos metros da emissora em que a vítima trabalhava. Segundo o MPGO, o inquérito policial apurou que Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, em “conluio, repartição de tarefas e contando com a participação dos demais denunciados, efetuou vários tiros em Valério Luiz de Oliveira, causando-lhe a morte imediata”.

O MP-GO sustenta que as constantes e enfáticas críticas que Valério Luiz fazia à diretoria do Atlético Clube Goianiense, no exercício da profissão de jornalista e radialista esportivo, teriam desagradado o empresário Maurício Sampaio, que era dirigente do clube de futebol. Os comentários da vítima geraram acirrada animosidade e ressentimento no empresário, com desentendimentos, segundo a denúncia apresentada.

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