O 1º Tribunal do Júri de Goiânia, presidido pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas, acaba de absolver, por maioria de votos, os dois acusados de matar a empresária Martha Cozac e o afilhado dela Henrique Talone. Os sete jurados escolhidos para o julgamento acolheram a tese da defesa de Frederico Talone e de Alesssandri da Rocha Almeida sustentada pelos advogados Paulo Teles, Ricardo Naves e Thales José Jayme de que eles não tiveram nenhuma participação no crime, ocorrido em outubro de 1996. O Ministério Público ainda não decidiu se recorrerá ou não da absolvição.
O julgamento dos acusados teve início ontem de manhã e prosseguiu ao longo do dia de hoje. Os réus foram interrogados na madrugada desta quarta-feira. Frederico foi o primeiro a depor. Ele alegou que viajou no dia do crime e não tem relação com as mortes. “No sábado eu fui para São Luiz, voltei domingo e segunda-feira à noite foi quando eu tive a notícia que ela tinha falecido”, disse.
Em seguida foi a vez de Alessandri ser ouvido. Ele destacou que não tinha motivo para cometer o crime. Como Frederico, ele também disse que não estava na capital quando Martha e Henrique foram mortos. “Eu não estava aqui. Se estivesse aqui, minha tia, que era dona do imóvel, me ligaria, eu seria a primeira pessoa que ela ia ligar se eu estivesse aqui”, declarou.
Defesa dos réus
O julgamento chamou a atenção pela defesa dos acusados. Ao contrário do que ocorre na maioria dos julgamentos de acusados de homicídio, quando apenas os familiares pedem Justiça, a grande mobilização se dividiu entre defesa e acusação. Prova disso foi a presença de dezenas de pessoas que acompanham o julgamento vestindo camisetas com os dizeres: “são inocentes”.
Após o encerramento do julgamento, Alessandri, muito emocionado, disse que agora pode dormir em paz pois provou que não tem responsabilidade nenhuma pelo caso. O mesmo disse Frederico, ao garantir que provou sua inocência.
O pai de Henrique Talone, Alonso Talone, contudo, se disse decepcionado com o resultado do júri. Para ele, o crime foi praticado por pessoas “endemoniadas”. “Eu não tenho dúvidas de que foram os acusados os responsáveis pelo duplo homícidio”, frisou.
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