Juíza de Goiânia nega prisão de piloto filmado agredindo advogada

Advogada filmou cenas da agressão sofrida

A Justiça de Goiás negou o pedido de prisão do piloto Victor Augusto do Amaral Junqueira, de 24 anos, filmado agredindo a então namorada, a advogada Luciana Sinzimbra, de 26, em Goiânia. No documento, a juíza Ítala Colnaghi Bonassini da Silva diz que, por mais que a infração seja “repugnante”, elementos são “insuficientes” para a prisão. A magistrada, porém, estabeleceu cinco medidas protetivas em favor da advogada.

Na decisão, a juíza diz que a prisão cautelar só deve ocorrer quando há a comprovação de possibilidade de reiteração do crime ou de descumprimento de medidas cautelares o que, segundo a magistrada, não se apresenta neste caso.

Na decisão, a juíza estabeleceu cinco medidas cautelares que segundo ela, são “mais adequadas”. E afirmou que, caso Victor Junqueira descumpra qualquer uma delas, pode ter a prisão cautelar decretada: proibição de mudar de domicílio sem comunicar o juízo previamente; proibição de sair da comarca onde mora, sem autorização judicial; cumprir as intimações da Justiça e polícia; comparecer de 20 em 20 dias à Justiça para informar atividades; e proibição de sair do país, devendo entregar o passaporte 24 horas após a intimação.

O caso

No último dia 21, o jovem, que é filho do ex-prefeito de Anápolis Eurípedes Junqueira, compareceu à delegacia para prestar depoimento. Acompanhado de um advogado, ele preferiu permanecer em silêncio e manifestar-se apenas em juízo. De acordo com a titular da Deam, delegada Ana Elisa Gomes, Victor permanece em liberdade. “Ele colaborou, não dificultou as investigações e não houve fato novo após a denúncia. Por isso, mesmo que haja uma comoção social em torno do caso, a prisão preventiva não se justifica”, explica ela.

Na noite do dia 14 deste mês, Victor e a namorada teriam se desentendido. Ele teria iniciado as agressões à vítima, que, em determinado momento, conseguiu iniciar uma filmagem com o celular, que estava escondido. Nas imagens, o rapaz é visto atingindo a jovem com tapas, segurando-a pelo pescoço e dando um murro em sua cabeça.

No dia seguinte, a advogada, que é de Anápolis, procurou a Delegacia da Mulher, na capital, cidade onde ocorreu o fato. Naquela data, segundo Ana Elisa Gomes, os procedimentos foram iniciados, incluindo o pedido de aplicação de medidas protetivas de urgência, que foram concedidas por juiz plantonista e determinam que Victor não se aproxime ou entre em contato, por quaisquer meios, com a vítima. “Ela diz que ele é nervoso, destemperado, e que já tinha cometido alguns atos de violência, como tapas e empurrões. Mas nada dessa proporção”, diz a delegada.

No último dia 25, as imagens registradas se tornaram públicas, disseminadas pela internet. Em suas redes sociais, ela pediu que a filmagem não seja mais divulgada. De acordo com a titular da Deam, a advogada diz que não foi a responsável pela publicação, que teria ocorrido por meio de terceiros. “A vítima está constrangida com a exposição. Ela está sendo exposta. É como se estivesse sofrendo uma nova violência”, diz Ana Elisa.