Experiência da Coordenadoria da Mulher do TJGO será apresentada em evento nacional

Os grupos reflexivos, que reúnem homens incursos na Lei Maria da Penha para atendimento psicossocial, vai ser tema de exposição durante o 7º Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher, entre os dias 18 e 21 de novembro, em Foz do Iguaçu, Paraná. A apresentação da experiência bem-sucedida fica a cargo do desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, presidente da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e de Execução Penal. Acompanham o magistrado no evento os juízes Vítor Umbelino Soares Júnior e William Costa Mello, dos Juizados Especiais de Rio Verde e de Goiânia.

A iniciativa para conscientizar os agressores quanto à questão do gênero, e assim evitar a reincidência, começou setembro, na capital do Estado, como imposição às suas liberdades condicionais. Os autores dos crimes contra suas companheiras são obrigados a participar das reuniões, com frequência monitorada pelas unidades judiciárias onde tramitam seus processos penais. São cursos e debates semanais, com presença de equipe multidisciplinar, com psicólogos, professores e assistentes sociais, do Governo Executivo Estadual e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).

Segundo o presidente da coordenadoria, os grupos reflexivos são um marco na abordagem da questão quanto à violência de gênero. “É um desafio mudar a percepção do homem agressor: é preciso conscientizá-lo de que sua companheira não é uma propriedade”, sintetiza o magistrado.

Nesse sentido, Veiga Braga acredita que o lado punitivo da justiça precisa trabalhar juntamente à conscientização. “Há uma dívida histórica no tratamento da mulher na sociedade e a violência doméstica é resultado de uma cultura de desvalorização e subordinação do papel feminino, que precisa ser amplamente combatida”.