Delegado vai a júri popular por morte de vizinho em 1998

O delegado Manoel Borges alega legítima defesa
O delegado Manoel Borges alega legítima defesa

Depois de 16 anos, o delegado da Polícia Civil Manoel Borges de Oliveira será levado à júri popular nesta segunda-feira (17) pela morte do vizinho, o empresário e ambientalista Marco Antônio Lélis. Ele foi assassinado aos 44 anos com quatro tiros, em 17 de outubro de 1998, durante uma discussão com o vizinho de propriedade, o delegado titular do 7º Distrito Policial, no Jardim América, em Goiânia. O crime ocorreu na propriedade do réu, o Sítio Mangue Seco, em Bela Vista de Goiás, a 45 quilômetros de Goiânia.

Marco Antônio e o delegado tinham uma rixa por causa do desvio de um córrego da propriedade do ambientalista e que servia também ao sítio do delegado. A terra toda era do sogro de Manoel Borges, que a parcelou e vendeu metade ao ambientalista. Alegando que iria limpar a nascente do córrego, Manoel teria entrado na propriedade de Marco Antônio e desviado o curso d’água, o que motivou o desentendimento.

No dia do crime, Marco Antônio foi até a propriedade vizinha para falar com o delegado. Acontecia uma confraternização no local e os dois discutiram. O delegado deu quatro tiros no peito de Marco Antônio, que morreu no local.

A perícia chegou três horas depois. O delegado apresentou-se espontaneamente no plantão do 1º Distrito Policial, no Centro de Goiânia, onde alegou legítima defesa, o que prevalece até hoje.

No entanto, laudos da Polícia Técnico-científica concluíram que o revólver calibre 38 encontrado ao lado do corpo do ambientalista havia sido plantado no local e que o corpo havia sido arrastado para dar sustentação à tese apresentada pelo delegado.

Manoel Borges contratou perito particular que produziu uma contraprova, atestando que a arma não foi plantada nem o local do crime violado. As duas versões devem dominara discussão entre defesa e acusação no julgamento de hoje. Com informações do jornal O Popular