Conciliação e mediação são alternativas para advogados que buscam redirecionar carreira

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O mercado de trabalho está em constante evolução, quem deseja uma colocação precisa estar atento às mudanças. Todos os anos, especialistas elegem as profissões mais promissoras para auxiliar aqueles que buscam uma vocação ou precisam de um redirecionamento na carreira. Em 2018, o Fórum Mundial Econômico revelou que a capacidade de gerir conflitos seria uma habilidade muito importante para o mercado. No Brasil, essa característica é fundamental, pois o país possui alto índice de litigiosidade. O grande volume de ações abriu espaço para a carreira de conciliador e mediador de conflitos. Afinal, muitas disputas que poderiam ser solucionadas fora dos tribunais, acabam entrando na fila do Poder Judiciário. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, mais de 77 milhões de processos aguardam uma solução.

Em 2015, o Código de Processo Civil passou por algumas alterações, sendo a conciliação e mediação indicadas antes do ajuizamento de ações. Reduzir o congestionamento processual tornou-se meta para a Justiça brasileira, magistrados e outras personalidades da área do Direito passaram a indicar os métodos autocompositivos. “Anteriormente, para ser considerado um bom advogado era necessário ter uma postura beligerante. Hoje, há uma busca pelo consenso e as práticas colaborativas abrem espaço para um novo mercado para os advogados”, explica Alessandra Silva, advogada e mediadora da Mediar Group.

A mediação e a conciliação são formas de finalizar uma disputa fora dos tribunais, a solução é construída pelas partes, mas conta com o auxílio do conciliador ou do mediador. Vale destacar que a atuação dos profissionais é diferente, o conciliador pode ter uma postura mais ativa e apresentar algumas sugestões para finalizar a lide, já o mediador deve criar uma ponte para facilitar a comunicação entre as partes. ”O objetivo é estimular as partes a construírem o acordo, restabelecer o diálogo e evitar que a disputa pare na fila do Poder Judiciário”, afirma Alessandra.

Habilidades

Para atuar como conciliador ou mediador, é necessário desenvolver algumas habilidades: é preciso ter empatia, boa comunicação, boa percepção para identificar o conflito, postura apaziguadora, segurança para conduzir as tratativas e inteligência emocional. Lembrando que para atuar como mediador, não é necessário ser formado em Direito, basta ser graduado em qualquer curso reconhecido pelo Ministério da Educação há, no mínimo, dois anos, conforme previsto no artigo 11 da Lei 13.140/2015. Além disso, é fundamental que o interessado realize um curso preparatório oferecido pelos tribunais. Quem não concluiu o curso de graduação, mas deseja construir uma carreira no segmento pode desempenhar o papel de conciliador, desde que esteja capacitado na forma da Resolução CNJ n. 125/2010.

“A carreira de conciliador/mediador está em ascensão e surgiu para contribuir com o Poder Judiciário e a iniciativa privada. Além disso, é uma ótima alternativa para aqueles que buscam uma colocação no mercado ou para os advogados que buscam expandir o campo de atuação. O mercado de trabalho passa por constantes inovações, no Direito não é diferente. A advocacia colaborativa está sendo amplamente divulgada” revela a advogada.

Anos atrás o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, destacou a importância dos advogados na busca da consensualidade. “O advogado do futuro não é aquele que propõe uma boa demanda, mas aquele que a evita”. O advogado tem papel fundamental na mudança de cultura, cabe a este profissional apresentar os métodos alternativos ao seu cliente e como agilizar a solução do problema.

“Lembrando que a pandemia trouxe à luz a importância da conciliação e da mediação na resolução de conflitos, pois a máquina judiciária encontra-se assoberbada de ações e espera-se que o número de processos cresça nesse período, principalmente, na esfera trabalhista. O momento é propício para investir em novas habilidades e conquistar um lugar no mercado de trabalho”, finaliza Alessandra.