O risco do catabolismo econômico brasileiro

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    O risco do catabolismo econômico brasileiro

    Segundo dados extraídos do Economist Intelligence Unit, o Brasil é o quarto país que mais desperta interesse dos investidores internacionais, ficando atrás apenas da China, Índia e Japão.

    Todavia, no caso brasileiro, o aprofundamento da pesquisa do cenário econômico, institucional e jurídico acaba não permitindo que a atração inicial converta-se efetivamente em investimentos em nosso país.

    Dados do mesmo instituto comprovam que o PIB brasileiro nos últimos 3 anos cresceu abaixo da média da América Latina – 2.4% -, estando em nossa frente Paraguai, Suriname, Argentina e Bolívia.

    Certamente arrolar os fatores que desencadeiam esses resultados é tarefa complexa, mas alguns motivos são rotineiramente indicados por institutos de pesquisa econômica.
     
    No primeiro grupo, estão os riscos econômicos. O Brasil não possui política estatal clara na área econômica, o que o descredita para investimentos a longo prazo. Não é possível fazer-se previsões tributárias e fiscais no custo do investimento realizado no país Não bastasse, no campo institucional, a polícia social brasileira, baseada em bolsas, afasta do mercado de trabalho a mão-de-obra que seria fundamental para operacionalizar qualquer indústria.

    O último bloco, o jurídico, costura com os dois anteriores e agrava ainda mais a situação do Brasil aos olhos dos  investidores. A hiperproteção trabalhista, o sistema previdenciário e assistencial que fomenta o ‘não trabalho’, a instabilidade jurídica e o tempo para conseguir estabilização – trânsito em julgado – em decisões judiciais acaba de formar o cenário de um pântano com trilhas não abertas, truncadas e perigosas.

    Isso tudo gerou, e continuará gerando, um crescimento econômico baseado em investimento na ordem de 18% ao ano, enquanto a China cresce 45%, o Peru 25% e o México 22%.

    É passado o momento de pensar no país e não em eleições. Compra de voto parceladamente com bolsas não é compra de votos?

    *LUDMILLA ROCHA CUNHA RIBEIRO, Advogada, pós-graduada em Direito Público, Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, L.LM em Direito Empresarial pela FGV (em curso).