Chega ao fim greve dos policiais civis de Goiás

Depois de 87 dias de greve, os policiais civis de Goiás devem retomar as atividades de imediato. A confirmação sobre o fim do movimento grevista foi feito nesta quinta-feira (12/12) pelo deputado Marcos Martins (PSDB), intermediador das negociações entre o governo e a categoria. O tucano fez o anúncio durante pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás nesta tarde.

A decisão pelo fim da greve se deu em assembleia geral da categoria iniciada às 14h na Câmara Municipal de Goiânia. Cerca de 500 policiais estavam presentes. Diferentemente do que ocorreu na última segunda-feira (9), a categoria decidiu por aceitar a proposta do governo quanto ao bônus de 5% a 20% por produtividade e a reestruturação da carreira, deixando para outro momento o reajuste do piso de R$ 3.062,00 para 7.250,00 –– equivalente a 55% do piso dos delegados goianos, que é de R$ 12.898.

O diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol-GO), Rainel Mascarenhas, disse que a votação foi quase unânime e se deu após o governador Marconi Perillo (PSDB) conceder a possibilidade de restruturação de carreira à categoria.

“Nós pedimos para os favoráveis pelo fim da greve levantarem a mão, somente oito não quiseram, pois diferente daquilo que estávamos percebendo antes, o governo demonstrou interesse maior em negociar, então abrimos mão do piso e o governo decidiu conceder a reestruturação. Não contenta aquilo que nós pleiteamos, mas em razão de várias questões decidimos pelo fim da greve”, disse, garantindo que quem precisar registrar ocorrência a partir desta noite não encontrará problemas.

Dentre as “várias questões” segundo o diretor jurídico está o desgaste causado aos policiais e à população por conta da longa extensão do movimento grevista. Nesses quase 90 dias de greve a categoria chegou a ocupar por 13 dias o plenário da Assembleia Legislativa e chegou a ter pontos cortados, inclusive agentes que se encontravam de férias, atestado ou licença prêmio.

Os pontos cortados serão restituídos, conforme informou à reportagem o diretor parlamentar do Sinpol Goiás, Marcos Mendes.

Prejuízos

Para desânimo da sociedade, conforme ressaltou o presidente do Sinpol-GO, Silveira Alves, no final de novembro, o fato de os policiais retomarem os trabalhos não significa que haverá mutirões para colocar o trabalho em dia, já que o efetivo de pouco mais de 3 mil policiais é aquém da demanda do Estado. Com uma média de 1.200 a 1.500 ocorrências deixando de ser registradas diariamente, o prejuízo desses 88 dias de greve pode chegar a 123.200 procedimentos policiais não realizados, entre casos de desaparecimentos e assassinatos parados. Fonte: Jornal Opção