Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário está aberto à visitação pública

Centro de Memória foi inaugurado em dezembro do ano passado

O Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário do Estado de Goiás, inaugurado em dezembro do ano passado, está aberto à visitação pública. A unidade está instalada no antigo fórum da comarca e integra o patrimônio vilaboense, tornado patrimônio da Humanidade há 17 anos, pela organização das Nações Unidades para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

O Centro de Memória e Cultura receberá visitantes de terça a sexta-feiras, das 10 às 17 horas. Conforme o expediente assinado pelo presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, desembargador Gilberto Marques Filho, na segunda-feira, a unidade funcionará apenas para serviços internos e agendamentos de visitas.

Em solenidade informal,  o presidente do TJGO assinou na quinta-feira passada (23), decreto judiciário estabelecendo a abertura oficial à visitação pública. Para o chefe do Judiciário, a obra foi uma das mais baratas de sua administração e a mais importante para ele. “Eu me sinto realizado com essa obra, pois sou ligado à história do Pais”, frisou.

O desembargador-presidente disse ser grande admirador e fã de Dom Pedro II que mandou para o Estado de Goiás o primeiro juiz realmente bacharel. “Goiás foi muito prestigiado pelo nosso imperador, ao instalar, em 1874, o Tribunal da Relação da Província de Goyaz, o 8º do Pais. Com isso, só podemos concluir o carinho que o imperador tinha não só por por Goiás, mas por todo o País, garantido a sua ocupação”. Gilberto Marques Filho reafirmou, mais uma vez, o orgulho de fazer parte do Judiciário goiano “pela sua antiguidade e respeitabilidade”.

Acervo valioso

O presidente da Comissão de implantação do Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário do Estado de Goiás, desembargador Itaney Campos, ressaltou a satisfação em abrir a unidade à visitação pública já com um acervo histórico valioso reunido desde que o desembargador Gilberto Marques Filho anunciou, em 2017, a criação da unidade.

Itaney Campos afirmou que o propósito do centro é continuar enriquecendo sua coleção. “Ainda há muitos documentos, muitas peças de valor, de mobiliário que poderão também vir compor o acervo. É um trabalho que deverá ter continuidade, para que o Centro de Memória se torne um acervo documental iconográfico rico e com novidades sempre”, observou o desembargador.

O vilaboense e advogado Haroldo José Rosa Machado, ressaltou a importância do centro de memória não só para cidade de Goiás, mas para todo Estado, para todo Brasil. “É a história da comarca de Goiás, da Justiça do Estado de Goiás e que traz um acervo de recordações importantes”, aduziu o advogado, lembrando que, quando criança, “a parte superior do antigo fórum era residência, e hoje um museu da Justiça preservado”.

A secretária de Cultura de Goiás, Flávia Rabelo, destacou que a cidade recebeu a unidade com grande felicidade. “É mais um local que conta a nossa história, a memória do nosso Poder Judiciário e que vem lá do império e vem compor o circuito cultural da cidade junto com a igrejas e os museus tombados no Centro Histórico”.

Flávia Rabelo informou que o Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário do Estado de Goiás será incluído no circuito de visitação da cidade de Goiás já no Carnaval. “Estamos organizando alguns totens digitais que vamos fornecer dentro do circuito cultural para os turistas terem acesso a todos os atrativos culturais e naturais que a cidade de Goiás oferece e, também, vamos inseri-lo no nosso guia da cidade.

Acervo

O acervo do Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário do Estado de Goiás conta com processos dos séculos 19 e 20, que incluem ações inusitadas sobre homicídios, frutos, inventários, objetos e documentos doados por magistrados e familiares, ou que já pertenciam ao Poder Judiciário.

Nesta mostra permanente, o vistante vai conhecer, inicialmente, a sala do juiz e documentos históricos de instalação do TJGO, assim como processos de escravatura. Em seguida, exposição de processos e curiosidades do Século 19, a exemplo do inventário da poeta Cora Coralina, partilha de escravos, ofício de um juiz libertando um escravo, livro dos primeiros termos de juramento de desembargadores e servidores e o primeiro Regimento Interno do TJGO. Em outros momentos, a evolução tecnológica do TJGO e sua memória fotográfica, bem como de ilustrações sobre as diferentes sedes que abrigaram o Tribunal de Justiça goiano.

Também constam da exposição permanente, placas e medalhas de homenagens e fotos históricas apresentadas na exposição de fotografias de comemoração dos 140 anos do TJGO. Por último, no salão do Tribunal do Júri, processos relacionados a júri, livros de jurados e livros de atas de júri. O tribunal do Júri da comarca de Goiás foi mantido tal qual do último julgamento, ocorrido antes da mudança para a nova sede.