Vereadores de Goiânia aprovam orçamento municipal para próximo ano. Desafetação de áreas da capital fica para ano que vem

Durante sessão extraordinária realizada na manhã deste sábado (28/12), a Câmara de Goiânia aprovou, em segunda votação, o projeto de lei do Executivo, que estima a receita e fixa a despesa do município para 2014, no valor de R$ 4,7 bilhões. A quantia representa um aumento de 34% sobre o atual orçamento, estimado em R$ 3,5 bilhões. Já a proposta que prevê desafetação de áreas da prefeitura somente será apreciada no ano que vem.

Com 132 emendas de vereadores, a proposta orçamentária da Prefeitura, que encerrou a legislatura de 2013 da Câmara, teve 23 votos favoráveis e uma abstenção. A matéria segue agora para sanção do prefeito Paulo Garcia.

Mesmo com a maioria dos votos, vereadores da oposição fizeram ressalvas acerca da matéria. Elias Vaz (PSB), Djalma Araújo (PROS), Geovani Antônio (PSDB), entre outros vereadores defenderam uma maior participação da sociedade na elaboração de um orçamento participativo. “É preciso que haja uma consulta. Esse recurso é do povo, não é do prefeito”, defende Djalma Araújo.

Desafetação

Ficou para 2014 a votação do projeto de lei complementar do prefeito Paulo Garcia (PT) que permite permuta, venda e desafetação de áreas públicas do município. Em sessão extraordinária realizada na manhã deste sábado (28/12), os vereadores acataram o pedido de vista de autoria da líder do governo na Câmara, Célia Valadão (PMDB).

Com o clima mais amigável que o da sessão de sábado passado (21/12), a discussão entre os vereadores acerca da desapropriação de áreas da prefeitura não durou muito mais que uma hora.

*Notícia relacionada: Após quatro horas de sessão e um bate-boca digno de Câmara, votação de desafetação de área é adiada

O pedido de vista da proposta por parte da base governista foi encarada pelos vereadores da oposição como uma manobra do Paço Municipal para que o projeto não fosse rejeitado pela Casa. Antes do pedido de Célia Valadão, o vereador Divino Rodrigues (PROS) havia solicitado vista do projeto, que foi rejeitado por 16 vereadores contra nove favoráveis.

O vereador Elias Vaz (PSB) afirmou em entrevista ao Jornal Opção Online que avalia com estranheza o fato de o pedido de vista de um vereador da oposição ser negado, enquanto o da base governista é aprovado por unanimidade. “Obviamente foi uma manobra para que o projeto não fosse votado agora. Eles não tinham os 18 votos necessários, que é o que o chamado quórum qualificado exige. Então eles tinham menos votos necessários, e iriam perder”, sustenta Elias.

O vereador Geovani Antônio (PSDB) compartilhou do ponto de vista do colega, e ratifica que a vereadora Célia Valadão foi contraditória em sua decisão. “A própria orientou para negar vista do projeto, e no decorrer da sessão, houve  a percepção, por parte dela e dos vereadores do governo, que não teriam os votos necessário para a aprovação desse projeto. Pra não correr o risco de sofrer mais uma derrota, não restou outra alternativa à líder do governo, contradizendo a própria recomendação que ela dera.”

Célia Valadão afirmou que o pedido de vista tem como único objetivo a ampliação do diálogo acerca da proposta. Ela sustenta que o prefeito de Goiânia não possui pressa para votar o projeto em questão. Célia aproveitou para negar que a solicitação de vista tenha sido uma manobra da base aliada. “A oposição está equivocada. A oposição tem que fazer o seu trabalho, e deixar que a base faça o trabalho dela”, argumenta.

Fonte: Jornal Opção