Rapaz que matou o pai, o advogado Idis, com tiro na cabeça é denunciado pelo crime

O promotor de Justiça Paulo de Tharso Brondi ofereceu denúncia contra Idis Júnior Souza de Queiroz, de 22 anos, pelo homicídio duplamente qualificado do pai, Idis Paulo de Queiroz, por ter sido praticado por motivo torpe e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O crime aconteceu no dia 25 de janeiro deste ano, na Vila Santa Maria em Jataí.

Conforme apontado na denúncia, na data do crime, Idis Júnior, aproveitando que o pai dormia, atirou em sua cabeça, usando um revólver calibre 38. A mãe do rapaz, Cláudia Souza Barbosa, acordou com o barulho e, ao entrar no quarto onde estavam pai e filho, ouviu a confissão de Idis Júnior do crime que acabara de cometer. A Polícia Militar foi acionada e o jovem preso em flagrante. A vítima chegou a ser socorrida, mas morreu horas depois.

Consta dos autos que Idis Júnior frequentou, por várias vezes, clínicas de reabilitação, por ser usuário de drogas, tratamento que era custeado pela vítima. O rapaz, desconfiando que o pai, mais uma vez, iria interná-lo, resolveu matá-lo.

Preso desde a data do crime, o MP requereu a manutenção de sua prisão preventiva, a fim de assegurar a paz pública, bem como a instrução processual. O promotor revela que, durante a fase investigativa, vieram à tona notícias de que o rapaz é viciado, bipolar, fazendo uso de medicamentos controláveis, não conseguindo agir com o seu livre arbítrio, em razão do vício. Desta forma, diante da dúvida sobre a eventual imputabilidade do rapaz, o promotor requereu que seja instaurado o incidente de insanidade mental de réu. Essa medida tem por fim a apuração da inimputabilidade ou semi-imputabilidade do réu à data prática da infração penal.

Carta

No dia do crime, o jovem deixou uma carta em que explica o motivo que o levou a matar o pai. Ele afirma que o pai é um “homem desequilibrado” e que “controla a tudo e a todos com o seu dinheiro”. Ele revela um episódio relacionado ao seu peso, o que teria sido o primeiro problema entre eles.

“Tudo começou quando eu tinha 10 anos de idade. Quando todo dia era dia de pesar. Se engordasse, apanhava e era obrigado a escrever no caderno cerca de 1000 linhas ‘não devo engordar’”.

Idis Júnior afirma ainda que o pai contratou um segurança para vigiá-lo quando arrumou a primeira namorada, aos 16 anos. Ele afirma que a situação acabou provocando o fim do relacionamento. Neste mesmo dia, segundo o relato, o jovem foi mandado para uma fazenda e trancado em uma cela, recebendo comida e água por uma grade.