Polícia Civil investiga bacharela em Direito que deu prejuízo a clientes de Goiânia ao se passar por advogada

Márcia Póvoa (de preto) da Comissão de Prerrogativa da OAB-GO conversa com uma das vítimas (de branco)
Márcia Póvoa (de preto), membro da Comissão de Prerrogativa da OAB-GO, conversa com uma das vítimas (de branco) que denunciou o caso

Após denuncias de duas mulheres, a Polícia Civil de Goiás lavrou nesta terça-feira (9) Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra uma bacharela em Direito, de 41 anos, suspeita de atuar como advogada sem ter o registro na seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil. As informações são da TV Anhanguera.

Segundo o delegado Eli José Oliveira,  do 4º Distrito Policial de Goiânia, após a denuncia, policiais estiveram no escritório da falsa advogada e comprovaram que ela atuava realmente sem registro profissional. A mulher foi, então, levada para a delegacia, onde, após ter sido lavrado o TCO, foi liberada.

O delegado Oliveira afirma que a suspeita disse em depoimento que pegava as causas e repassava para outros advogados. No entanto, ele afirmaque a Polícia Civil apurou que havia a assinatura da suspeita nos processos.

“Lavramos o TCO contra ela por exercício irregular da profissão. O documento será encaminhado à Justiça. Estamos investigando se houve, no caso, o crime de estelionato. Para isso, outras pessoas vão ser ouvidas para confirmar se ela pode responder por esse crime”, disse.

Sem autorização
Márcia Póvoa, membro da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-GO, acompanhou o caso. Ele garantiu que a suspeita não tem autorização para atuar como advogada. “Ela não é advogada, não podendo exercer a profissão”, disse.

Uma das pessoas lesada pela bacharela, a empresária Maria de Fátima Urzeda, afirmou, na Polícia Civil, que contratou a mulher por R$ 60 mil. O objetivo era realizar um divórcio em 2014. No entanto, ela contou ter descoberto dois anos depois que o processo havia sido arquivado porque as custas da ação não foram devidamente pagas pela falsa advogada. “Meu prejuízo foi enorme. Eu estava passando por um momento difícil na minha vida quando eu tive que levantar esse dinheiro para ela”, disse.

A dona de casa Leila Correia de Souza também denunciou que pagou R$ 27 mil para entrar com um processo de divórcio. No entanto, ela afirma que desistiu da separação. No entanto, a falsa advogada teria afirmado para a cliente serem necessários outros R$ 25 mil para proceder à desistência da ação. “Foi quando comecei a descobrir o rolo dela. Como seria possível que para extinguir um processo eu teria de pagar um valor maior do que eu já tinha pago”, alegou.