Morre Helios de Amorim, advogado com inscrição ativa mais antiga da OAB-GO

 

Advogado Helios Amorim tinha 103 anos
Advogado Helios Amorim tinha 103 anos

Faleceu na manhã desta quinta-feira (9), em Goiânia, Helios de Amorim. Com 103 anos de idade, ele era o advogado mais velho com a OAB ativa em Goiás (inscrição nº 197). Advogado e professor por mais de 50 anos, ele deixa a esposa Maria do Rosário (94 anos), seis filhos, 17 netos e 17 bisnetos. O velório está sendo realizado no Cemitério Jardim das Palmeiras e o sepultamento será às 17 horas, no mesmo local.

Helios, que deu entrevista exclusiva ao Portal Rota Jurídica em 25 de maio deste ano, recebeu a inscrição número 197 em maio de 1939, apenas um ano depois de concluir o curso pela ainda Faculdade de Direito, atualmente Universidade Federal de Goiás (UFG). Na ocasião, ele contou que não atua mais de maneira incisiva, mas, de toda forma, busca passar seus conhecimentos e conselhos aos netos que estão no ramo do Direito. “Podemos dizer, assim, que atuo como ‘consultor jurídico’”, disse, com humor.

Foram esses conhecimentos e o trabalho na área da advocacia (atuava na Celg) que, segundo Hélios, em termos práticos, que deram a ele a oportunidade de sustentar sua família (minha esposa, Maria do Rosário, e seis filhos: Vera Maria, Yvonise, Hélcio, Heloisa, Mauro e Diva Maria) e construir seu patrimônio. “Vejo a advocacia não apenas com uma simples profissão, mas como um meio de busca e garantia da Justiça”, ressaltou.

A inspiração para ingressar na carreira veio de seu pai, Argemiro Pompílio de Amorim, que foi titular de um dos cartórios da antiga Capital do Estado, a cidade de Goiás. Outro fato também foi decisivo para sua escolha: a existência de uma instituição de ensino superior de qualidade em Goiás: a Faculdade de Direito. Hélios contou que muitos de meus colegas de Liceu, com interesse em ingressar em uma universidade, tinham de seguir para outros centros do país.

Mas Hélios, que além de ter interesse pela função do pai, era muito apegado à família e à cidade de Goiás. Por isso, o ingresso na Faculdade de Direito, em 1934, era tudo o que ele almejava. O advogado disse que o exemplo paterno propagou-se também para o resto da família. Dos meus cinco irmãos, três se formaram em Direito, Euler, Paulo e Thélio. Euler foi gerente do BEG, Paulo chegou a desembargador e Presidente do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) e Thélio, delegado de polícia.