Liminar determina fornecimento de medicamentos e insumos a paciente paraplégico

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Desde que sofreu um acidente automobilístico em 19 de abril de 2007, a luta de Valdir Alves de Souza, de 42 anos, por sua sobrevivência tem sido contínua. Por meio da Defensoria Pública do Estado de Goiás, obteve liminar que garante o fornecimento de medicamentos e insumos, dos quais depende diariamente, pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. A decisão é do dia 23 de maio e tem o prazo de 15 dias úteis para ser cumprida.

Desde 2007, após ficar paraplégico, Valdir necessita diariamente dos medicamentos Amitriptilina 25 mg, Baclofeno 10mg e Retemic 5mg e os insumos necessários para a realização de Cateterismo Vesical Intermitente Limpo, procedimento que evita a perda da função renal. Mensalmente, o paciente utiliza 180 unidades de Sonda uretral nº 12, oito tubos de Xylocaine Gel 2%, 180 unidades de saco coletor, 30 pacotes de gazes, quatro caixas de luvas (com 100 unidades) e três frascos de óleo de girassol.

“O grande objetivo do tratamento das disfunções miccionais é manter a qualidade de vida e proteger a função dos rins. Assim, quando encontramos a situação de dificuldade de esvaziamento, a tendência é usar recursos de auxílio a esta manobra, sendo a principal delas o auto cateterismo intermitente limpo”, expõe o relatório médico. Ele realiza o cateterismo vesical a cada quatro horas durante o dia e a cada seis horas durante a noite.

A defensora pública Lucianna Fernanda de Castro Barbosa, titular da 1ª Defensoria Pública Especializada em Atendimento Inicial de Saúde da Capital, pontuou que “no atual estágio e diante do histórico clínico, os medicamentos disponíveis no mercado capaz de preservar a saúde do autor são a Amitriptilina 25 mg, Baclofeno 10mg e Retemic 5mg. Isso porque há sérios riscos de o autor sofrer novas complicações caso não inicie o uso imediato da medicação prescrita, em virtude da fragilidade do seu quadro de saúde”.

Valdir explica que o uso desses medicamentos e insumos é uma questão de vida. Após sobreviver, de forma que ele descreve como milagre, ao acidente de caminhão em que quebrou três vértebras, sem sequer perder a consciência, ele nunca parou de lutar. Com intensa fisioterapia ele recuperou os movimentos da cintura para cima e a sensibilidade da cintura para baixo. Agora, tenta ter qualidade de vida. “É questão de ficar vido. Como eles [medicamentos e insumos] são de uso contínuo, o médico passou para o resto da vida. Uso de quatro em quatro horas. Não tem como ficar sem”, comenta. Fonte: DPE-GO