Pré-candidato a uma vaga no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o advogado Leon Deniz incorporou proposta à sua plataforma que prevê a abertura de espaços na entidade à advocacia em início de carreira. A ideia é que as chapas que concorrerem às eleições seccionais e nacional abriguem os jovens doutores até o limite de 30%, extinguindo o “apartheid” que impede os novos advogados de participarem da gestão da OAB, muito embora devam contribuir com a anuidade e a eles seja permitido o voto.
“Hoje os bacharéis saem das universidades e ingressam na ordem com 22, 23 anos, e é inconcebível que sejam impedidos de exercer o direito elementar de ser votado. Ainda mais sob o argumento inaceitável e recorrente de que os jovens ‘vão tomar o poder na OAB’”, critica Leon. O Estatuto da OAB impõe que, para se candidatar, o advogado deva possuir pelo menos cinco anos de exercício profissional.
Leon explica que uma mudança no Estatuto da OAB só pode ser realizada pelo Congresso Nacional. E esse será um dos primeiros embates do pré-candidato, caso seja eleito para o Conselho Federal, encaminhando um projeto de lei nesse sentido.
A proposta de Leon surge no momento em que o Congresso discute, na reforma política, a redução da idade para que o cidadão possa concorrer a cargos eletivos. A Câmara dos Deputados aprovou em junho matéria reduzindo a idade mínima para candidatos a senador (de 35 para 29 anos); deputado federal ou estadual (de 21 para 18 anos); e governador (de 30 para 29 anos). O texto ainda depende de aprovação pelo Senado.
Anseio antigo dos advogados em início de carreira, a proposta de cassar o veto aos jovens foi debatida na noite da última quinta-feira (3) durante reunião promovida pelo Movimento Renovação + Atitude para colher sugestões que vão compor a carta programa do pré-candidato Lúcio Flávio de Paiva. Do evento, organizado pelo advogado e professor Waldemir Malaquias, participaram 60 advogados de várias gerações, boa parte também professores.
