O Tribunal do Júri de Aparecida de Goiânia condenou Wendell Antônio Dias Lemes por ter agenciado a morte de Wanderley Pereira Lima, ex-presidente da Cooperativa de Transportes Coletivos de Aparecida de Goiânia (CTC). O crime ocorreu no dia 31 de outubro de 2004, por volta do meio-dia, em frente à CTC, no Setor Jardim Progresso, em Aparecida de Goiânia. Na ocasião, a vítima foi atingida por disparos de arma de fogo, que a levaram a óbito.
Wendell foi submetido a júri popular que o condenou, conforme o capitulado pelo artigo 121, do Código Penal, por homicídio qualificado. Conforme os incisos I e IV do artigo, o crime ocorreu mediante pagamento ou promessa de recompensa, além de usar de emboscada, dissimulação ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima. A sustentação da acusação no plenário foi feita pelo promotor de Justiça Milton Marcolino.
O representante do MP afirmou que o crime foi encomendado pelo ex-diretor financeiro CTC, João Honório Silvano do Amaral. Disputas internas pela direção da entidade teriam motivado o crime. Também foram denunciados por participação no assassinato o irmão de João Honório, o policial civil Nilton Silvano do Amaral.
João Honório e Nilton, no entanto, foram absolvidos da acusação pelo Júri de Aparecida de Goiânia, em 15 de junho de 2010. O corpo de jurados entendeu, na época, que não existem provas suficientes para justificar a condenação.
Ameaças
A atuação de Wanderley Pereira Lima no transporte alternativo de Aparecida de Goiânia foi marcada pela oposição ao Sindicato do Transporte Alternativo do Estado de Goiás (Sintrago). Ele também teve embates com integrantes da própria cooperativa. O principal opositor a ele, segundo dados da denúncia do MP, era João Honório Silvano do Amaral.
Antes do crime, Wanderley vinha recebendo ameaças de morte de pessoas de dentro da própria cooperativa, segundo dados da denúncia. Por medida de precaução, ele registrou quatro termos circunstanciados de ocorrência (TCOs) no 2º Distrito Policial (Vila Brasília) de Aparecida de Goiânia. No dia 28 de setembro, seu carro, um Fiesta, estava estacionado em frente à CTC, quando foi incendiado por dois homens em uma moto. O fogo foi debelado rapidamente e não provocou maiores danos.
No dia do crime, Wanderley foi à CTC pegar um documento para anexar no processo aberto contra Sintrago para reaver o direito de explorar algumas linhas do sistema alimentador em Aparecida de Goiânia, quando foi morto. Segundo uma testemunha, o presidente da CTC saiu do prédio e caminhava na direção de seu carro, que estava estacionado em frente, quando o pistoleiro, usando capacete, aproximou-se e disparou várias vezes. Três dos disparos atingiram a testa e quatro o peito da vítima, que morreu na hora.
