Interpol notifica Justiça de Goiás sobre prisão do acusado de matar radialista

Representantes da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) em Portugal enviaram um ofício ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), na manhã desta sexta-feira (8), informando sobre a prisão do açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier, de 29 anos, acusado de executar o radialista Valério Luiz, em julho de 2012. A informação foi confirmada pela assessoria da Polícia Federal em Goiás. As dados são do portal G1.

Marcus se entregou a autoridades policiais portuguesas na quinta-feira (7) e segue detido no país, sob o acompanhamento da Interpol.

Segundo a PF, a oficialização sobre a detenção foi enviada à 2ª Vara Criminal de Goiânia, que vai remeter o caso para o juiz Lourival Machado da Costa, que atua na 14ª Vara Criminal. Procurada pelo G1, a assessoria do TJ-GO afirmou que, até as 11h, o ofício ainda não havia sido protocolado no órgão.

Quando receber o documento, o juiz deve reunir todas as decisões já existentes no processo sobre a morte do cronista esportivo e enviar ao Ministério da Justiça, solicitando a extradição do açougueiro para o Brasil.

Marcus respondia ao processo em liberdade, mas teve um pedido de prisão preventiva expedido no final de março deste ano por descumprir uma medida judicial que o obrigava a se apresentar mensalmente à Justiça. A última vez que Marcus Vinícius compareceu em juízo foi no dia 30 de setembro do ano passado. Depois disso, ele viajou com a família para o país europeu, onde estava morando.

Na época em que a prisão foi decretada, fotos postadas em  redes sociais mostram o açougueiro passeando por pontos turísticos. O juiz afirmou que ele levava “uma vida faustosa, com muito brilho e sem qualquer pudor em demonstrar seu momento de glamour”.

Crime
O cronista esportivo Valério Luiz foi assassinado no dia 5 de julho de 2012, quando saía da rádio em que trabalhava, no Setor Serrinha, em Goiânia. O inquérito policial sobre o caso foi entregue ao Poder Judiciário pelos delegados Adriana Ribeiro e Murilo Polatti, da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios, em 26 de fevereiro de 2013.

Foram quase oito meses de investigação. O documento aponta que as críticas que a vítima fazia ao Atlético-GO, principalmente as direcionadas ao então vice-presidente do clube, o cartorário Maurício Sampaio, motivaram o assassinato.

Cerca de um mês depois, no dia 27 de março, o Tribunal de Justiça de Goiás recebeu a denúncia do Ministério Público de Goiás. Como no inquérito, cinco pessoas foram indiciadas.

O ex-dirigente do Atlético-GO é considerado mandante do crime. Ele nega. A denúncia aponta também que o comerciante Urbano de Carvalho Malta contratou o cabo Ademá Figueiredo para matar o cronista. Ainda segundo o documento, Marcus Vinícius participou do planejamento do crime e Djalma da Silva foi indiciado por atrapalhar as investigações da polícia.