Grupo de deputados vai negociar convocação de aprovados em concurso da PRF

Um grupo de deputados da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público vai negociar com os ministros da Casa Civil, Aloízio Mercadante, e do Planejamento, Miriam Belchior, a convocação de 766 aprovados em concurso público da Polícia Rodoviária Federal que estão em cadastro de reserva.

Segundo a deputada Gorete Pereira (PR-CE) há a expectativa de aposentadoria de 850 policiais este ano e o efetivo atual, de quase 9 mil policiais, já está abaixo do necessário. De acordo com as entidades sindicais do setor, são necessários pelo menos 20 mil policiais.

Gorete Pereira conta que será realizado um curso de formação este ano para apenas 40 pessoas por força de decisão judicial o que, segundo ela “ficaria oneroso demais para o governo”. “Por que não aproveitar os 766 com mais estes 40 e fazer um curso só?”, questiona.

Orçamento
Segundo o diretor do Departamento de Planejamento das Estruturas e da Força de Trabalho do Ministério do Planejamento, Antônio Ignácio Amaral, foram chamadas mil pessoas do concurso realizado em 2013 e que o aproveitamento do cadastro de reserva deve ser discutido no projeto de lei do Orçamento de 2015.

“Nessa discussão vai ser inserido o pleito, que é da Polícia Rodoviária Federal, de convocação dos 766 excedentes. Então, neste momento, a gente vai definir se será possível chamar parte disso ou todos eles”, esclarece

A representante dos aprovados no concurso da Polícia Rodoviária Federal, Fernanda Sá, argumentar que o governo alega falta de recursos; mas gasta muito mais com os acidentes rodoviários. “O impacto da contratação dos 766 aprovados é de R$ 85 milhões por ano para os cofres públicos. Nós gastamos bilhões de indenização para vítimas com acidentes de trânsito; R$ 2 bilhões para tratamento de usuários de crack. Temos números surpreendentes de ingresso de armas e drogas no país por falta de fiscalização nas nossas fronteiras”, diz.

Jesus Camanho, da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais, afirma que tem sido frequente o fechamento de postos nas estradas por falta de efetivo.