As Promotorias de Justiça de Anápolis e de Abadiânia ofereceram duas denúncias contra o médico Nicodemos Júnior Estanislau Morais por estupro de vulnerável. Contra ele, há dois mandados de prisão preventiva expedidos pelos juízos dessas comarcas.
Em Anápolis, a denúncia diz respeito a três vítimas e narra que há outros inquéritos policiais em andamento, relativos a outras vítimas, cujas denúncias serão oferecidas posteriormente.
Conforme relatado na peça acusatória, o médico encontrou “campo seguro para buscar a constante satisfação de seus intentos, mediante a subjugação da dignidade sexual de mulheres que o procuravam para consultas e exames ginecológicos, perpetuando suas ações no compulsório silêncio das vítimas, ancorado, também, num ambiente fechado, com portas trancadas, no qual ficava a sós com a vítima”.
Foi apontado ainda que as pacientes, por apresentarem enfermidades físicas e psicológicas e por estarem fragilizadas e vulneráveis, não eram capazes de entender que estavam sendo submetidas a atos libidinosos que não faziam parte do protocolo de atendimento profissional.
Segundo a denúncia, a autoridade de médico que Nicodemos Júnior exercia e a relação de confiança que as pacientes lhe depositavam como profissional de saúde, aliado ao desconhecimento de todo o protocolo de consulta, eram fatores que contribuíam para que as pacientes acreditassem que as ações por ele praticadas estavam corretas.
Para o MP, os relatos de mais de 50 vítimas ouvidas em Anápolis guardam grande similaridade entre si, bem como encontram semelhança com o relato de mulheres vítimas em outros Estados. O médico as fazia crer que estavam sendo submetidas a um procedimento adequado, correto e necessário e que as ordens que ele emanava faziam parte do protocolo de atendimento.
Em Abadiânia, denúncia envolve outras três vítimas
Em Abadiânia, foi oferecida denúncia contra Nicodemos Júnior por estupro de vulnerável praticado contra três vítimas. Segundo apontado, ao se valer da sua condição de médico e da confiança nele depositada, praticou atos libidinosos contra mulheres que não podiam oferecer resistência.
Tanto em Anápolis quanto em Abadiânia, o médico foi denunciado com base no artigo 217-A, caput, e parágrafo 1º, do Código Penal combinado com artigo 1º, inciso VI, da Lei nº 8.072/90 e artigo 61, II, alínea g, do Código Penal. Com informações do MP-GO