Justiça Federal concede habeas corpus a ex-governador Marconi Perillo

A Justiça Federal concedeu, na tarde desta quinta-feira (11/10,  habeas corpus (hc) ao ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que foi preso preventivamente na tarde de quarta-feira (10/11) enquanto prestava depoimento à Polícia Federal (PF), em Goiânia. A liminar foi dada pelo desembargador federal Olindo Menezes, da 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). O tucano é investigado na Cash Delivery, desencadeada no dia 28 de setembro e que teve Perillo como alvo. Ele é suspeito de receber R$ 12 milhões em propina de empreiteiras para nas eleições de 2010 e 2014.

Na quarta-feira, Perillo chegou à PF duas horas antes, e recebeu a ordem de prisão expedida pelo juiz Rafael Ângelo Slomp, da 11ª Vara da Justiça Federal de Goiás. Ele passou a noite na sede da PF, na Capital. O investigado foi candidato ao Senado, mas não se elegeu. Ele obteve 7,55% dos votos válidos em Goiás. Clique aqui para ver as íntegras do pedido de prisão preventiva, da decisão judicial e do mandado de prisão.

Em seu interrogatório, Perillo respondeu a 51 perguntas feitas pela PF e negou o recebimento de R$ 12 milhões em propina da Odebrecht para campanhas políticas. Ele afirmou que todas as doações recebidas para suas candidaturas foram feitas dentro da lei.

Ao confirmar a prisão temporária de seu cliente, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que está indignado. “O novo decreto de prisão é praticamente um “copia e cola” de outra decisão de prisão já revogada por determinação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região [TRF1]”, afirmou o advogado, em nota enviada à imprensa.

Um dos investigados na Operação Cash Delivery, que apura denúncias de pagamento de propina a agentes públicos de Goiás, Marconi Perillo foi à Superintendência da PF para prestar depoimento. Por decisão do próprio ex-governador, o depoimento inicial foi mantido. Até as 16h50, Perillo contimuava sendo ouvido pela PF.

Em sua nota, Kakay lembra que o TRF1 já concedeu liminares determinando a soltura de dois investigados na Cash Delivery. “Não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto [de prisão] do ex-governador Marconi Perillo.”

Para o advogado, a prisão de Perillo “constitui uma forma de descumprimento indireto dos fundamentos das decisões de liberdade concedidas a outros investigados”, “por fatos supostamente ocorridos entre 2010 e 2014, [baseada] na palavra isolada dos delatores”. (Com informações da Agência Brasil)

Atualizado em 11/10/2018 às 8 horas
Atualizado em 11/10/2018 às 14 horas