Ex-conselheiros são notificados pelo Conselho Federal da realização de auditoria na OAB-GO

O ex-conselheiros
O ex-conselheiros Jorge Jungmann, Alex Néder e Mauracy Andrade em visita ao Conselho Federal

Wanessa Rodrigues

Os ex-conselheiros da seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO) Alex Neder, Mauracy Andrade de Freitas e Jorge Jumgmann Neto foram notificados esta semana pelo Conselho Federal da OAB que será realizada auditoria nas contas instituição goiana. A novidade, que foi determinada pela própria entidade no Estado, atende a pedido de providências feito pelos ex-conselheiros em maio de 2015. A medida foi solicitada depois da notícia sobre as dívidas contraídas pela OAB-GO, que ultrapassavam R$ 13 milhões, sem aprovação do Conselho Seccional.

Após ser intimada, a OAB-GO, tomando conhecimento do pleito dos ex-conselheiros, anuíram ao pedido, informando as providências tomadas para realização da auditoria independente nas contas da OAB-GO. Em razão disso, no dia 24 de fevereiro, o relator do pedido de providências, conselheiro federal Erick Venâncio Lima do Nascimento, informa aos ex-conselheiros que a própria OAB-GO avisou que resolveu, por deliberação unânime de seu Conselho, deferir o pedido de realização de auditoria, ficando o pleito dos ex-conselheiros atendido pela OAB-GO e pelo Conselho Federal.

Os ex-conselheiros sustentam que o pedido feito ao Conselho Federal sempre foi institucional e nunca teve vieis político. “Sempre quisemos representar bem a classe, que nos confiou os mandatos de conselheiros seccionais”, afirmam.

Expediente

Em expediente enviado ao Conselho Federal, por meio do presidente Lúcio Flávio Siqueira Paiva, a OAB-GO informa que, considerando as condições financeiras em que a nova diretoria encontrou a seccional (após posse para o triênio 2016/2018), foi determinado anuir ao pleito feito pelos ex-conselheiros. Por ser considerada questão urgente, a realização de auditoria foi determinada pelo conselho seccional em seção extraordinária realizada no último dia 13 de janeiro.

Em fevereiro do ano passado, o ex-presidente em exercício Sebastião Macalé expôs que a entidade se encontrava com dívidas milionárias. Conforme dados apresentados à época, a dívida contraída pela seccional nos últimos cinco anos foi superior a R$ 13 milhões, com pagamento de juros de mais de R$ 3 milhões e débitos remanescentes que ainda somam aproximadamente R$ 7 milhões.

Diante dos fatos, os conselheiros notificaram o então presidente Enil Henrique de Souza Filho e a diretoria da OAB-GO, no sentido de que não fossem mais feitos empréstimos voltados à realização de obr. Solicitaram também auditoria interna e externa e informações sobre operações financeiras. Conforme consta no pedido de providências, a diretoria da OAB-GO foi notificada em 11 de março e, mesmo após prazo de 30 dias, a antiga diretoria não se manifestou sobre o caso. E, por isso, os ex-conselheiros recorreram ao Conselho Federal.

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