Estado de Goiás e Samauma podem ser responsabilizados por tiroteio dentro de bar

O Estado de Goiás e o estabelecimento Samauma podem ser responsabilizados pelo tiroteio na madrugada do último domingo (29), dentro do bar, no setor Marista, em Goiânia. O fato resultou em cinco pessoas feridas, sendo três policiais militares – que estavam de folga – e dois seguranças. O 8º Distrito Policial que investiga o caso deve começar a ouvir os envolvidos a partir desta terça-feira (1º de julho).

Segundo o delegado Waldir Soares, responsável pelo caso, a regulamentação do estatuto do desarmamento institui que policiais militares de folga não devem permanecer armados dentro de estabelecimentos com aglomeração de pessoas. “Eles não são proibidos de andar nem de entrar em locais públicos armados mesmo quando estão de folga. Mas devem deixar as armas em cofres, principalmente em locais fechados como boates”, explicou.

Consta no artigo 26 da Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003, que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – SINARM, que “o titular de porte de arma de fogo para defesa pessoal concedido nos termos do art. 10 da Lei no 10.826, de 2003, não poderá conduzi-la ostensivamente ou com ela adentrar ou permanecer em locais públicos, tais como igrejas, escolas, estádios desportivos, clubes, agências bancárias ou outros locais onde haja aglomeração de pessoas em virtude de eventos de qualquer natureza.” (Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008)

Waldir informou que vai apurar as responsabilidades do estabelecimento e do Estado. “O bar pode responder por não ter guardado as armas dos militares. Vamos averiguar se o estabelecimento conta ainda com um cofre. O Estado de Goiás, em nome da corregedoria da PM, também pode ser penalizado por não fiscalizar isso”, ressaltou.

Todos os cinco baleados devem começar a ser ouvidos a partir desta terça-feira. “Somente após as oitivas vamos conseguir apurar quem começou a briga, de onde partiu o primeiro disparo e remontar a história. As imagens das câmeras de segurança do estabelecimento já foram solicitadas”, completou.

Waldir informou que o tiroteio começou dentro do banheiro do estabelecimento por volta das 2h30 de domingo, depois que os policiais militares Ricardo Batista Valadão, de 37 anos e Francisco Vagnerio dos Santos, de 33, que estavam de folga, teriam discutido. O outro militar Francyelton de Castro Noleto, de 33 anos, que aguardava do lado de fora, teria ouvido os disparos e entrado no local. Os três foram baleados.

 Dois seguranças do estabelecimento teriam visto a situação e ao se aproximarem também foram alvejados. Todos foram encaminhados para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Após serem medicados, quatros foram liberados ainda neste domingo. O único que ainda continua internado é Francielton, que foi atingido no abdômen, na perna e no braço. Ele passou por cirurgia e está na sala de recuperação Pós-Anestesia, consciente em estado regular e sob observação.

 Após o fato a polícia apreendeu uma pistola ponto 40, com 12 munições, e outra calibre 380, com dois carregadores e 30 munições, que estavam com Francielton e Francisco. Ricardo, que havia deixado o hospital sem prestar esclarecimentos, deve se apresentar na manhã desta terça-feira à delegacia e entregar a arma.

 A equipe de reportagem entrou em contato com a administração do Samauma e foi informada que o estabelecimento não vai se pronunciar sobre o caso. A equipe tentou ainda contato com o porta-voz da Polícia Militar (PM) Coronel Alves, mas ele estaria em uma reunião e não poderia atender as ligações. Fonte: Jornal O Hoje