Reunidos em assembleia geral, os credores do grupo Cotril aprovaram, na quinta-feira passada (28), o plano de recuperação judicial. A aprovação ocorreu nas quatro classes de credores presentes: trabalhistas, com garantia real, quirografários (sem garantia real, incluindo financeiros) e microempresas.
O grupo que já foi considerado um dos maiores produtores de gado em confinamento do mundo, atualmente possui dívidas na ordem de R$ 284 milhões incluídas no processo de reestruturação e havia ingressado com o pedido de recuperação judicial em 2019.
Da forma aprovada, a totalidade da dívida será paga com desconto de aproximadamente 87% e pagamento em cerca de 25 anos.
A maior parte dos créditos da recuperação judicial está com os credores quirografários, que detém R$ 253 milhões. Para essa categoria, há duas propostas de pagamento. Para os credores parceiros financeiros, a quitação será em duas parcelas após 5 anos de carência. Para os demais, a proposta é fazer o pagamento ao longo de 20 anos, com 2 anos de carência.
De acordo com o advogado Carlos Deneszczuk, sócio da Dasa Advogados, “as negociações com os credores que resultaram no plano de recuperação judicial aprovado foram estudadas caso a caso, respeitando o fluxo de caixa do grupo e priorizando os credores trabalhistas”.
O advogado ressalta ainda que “o plano de recuperação aprovado na sua totalidade é muito bom para a empresa e para os credores, tanto é que foi aprovado pela grande maioria dos credores presentes, algo raro de acontecer nos processos de recuperação”.
Diante da aprovação, o plano será submetido ao juízo da recuperação para ser homologado e assim iniciarem os prazos de cumprimento.
O processo de recuperação judicial é conduzido pelo escritório Dasa Advogados, que conduziu também as negociações do plano e a assembleia de credores como representante do grupo.