Conselho Tutelar está sem luz e pode ser despejado

Um impasse entre Prefeitura de Goiânia e uma proprietária do imóvel em que está instalado o Conselho Tutelar da Região Leste, que fica no Setor Jardim Novo Mundo, em Goiânia, tem prejudicado o funcionamento da unidade. Com a energia cortada há mais de três meses, conselheiros usam, por meio de uma extensão improvisada, a rede elétrica emprestada de uma vizinha e serviços ficaram afetados.

De acordo com a presidente do Conselho, Patrícia Ferreira, o medidor de energia foi retirado no dia 27 de fevereiro deste ano e, desde então, o órgão funciona com menos de 50% da capacidade. “Não conseguimos fazer serviços básicos, como montar processos, já que necessitamos de aparelhos eletrônicos pra isso. Não temos nem padrão nem luz. Já cheguei a enviar um relatório para o Ministério Público de várias páginas feito a mão porque era caso grave de assédio e estupro”, conta.

Funcionários disseram à nossa equipe de reportagem que é comum utilizarem equipamentos da própria residência para o trabalho ou o salário para pagar impressões e cópias em comércios próximos, como lan houses.

A falta dos serviços elétricos dificultou também a comunicação e controle entre os conselheiros, que antes era feito digitalmente, por meio de acesso ao banco de dados.

A verificação das denúncias feitas pelo Disque Denúncia, programa do governo federal, também deixou de ser feita.

Impasse

A proprietária do imóvel, Marilei Vieira, alegou falta de pagamento do aluguel pela prefeitura. “Já contabilizamos mais de seis meses em atraso quando pedi o corte de energia. Tentei resolver, mas como não via solução entrei com uma ação para pedir junto à justiça o despejo do conselho”, afirmou.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), responsável pelos conselhos tutelares afirmou, por meio de nota, que os aluguéis em atrasos serão negociados. O órgão acrescentou que também possui junto à Celg, na justiça o pedido para o restabelecimento da energia elétrica.