Comissão da Mulher emite notas de repúdio a casos de violências e desrespeito

A presidente da Comissão da Mulher Advogada (CMA), Manoela Gonçalves Silva, emitiu, nesta quarta-feira (2), três notas de repúdio a fatos recentes, que envolveram agressões verbais e físicas, violência e desrespeito a mulheres. Segundo Manoela, a CMA não tolerará qualquer desrespeito às mulheres, sejam advogadas ou não, e está à disposição para defender seus direitos e tomar as providências contra qualquer crime cometido contra elas.

Uma das notas de repúdio é referente ao assassinato da estudante Nathália Araújo Zucatelli, de 18 anos, ocorrido na noite de 22 de fevereiro, após sair do cursinho pré-vestibular do Colégio Protágoras no Setor Marista, em Goiânia. O crime ocorreu a uma quadra do colégio, onde a jovem foi abordada por um casal em uma motocicleta que, supostamente, lhe deu voz de assalto.  A vítima morava em Rondônia e tinha se mudado para Goiás havia pouco tempo para estudar. Nathália sonhava em ser médica. Sua morte comoveu amigos, familiares e toda a sociedade. A investigação foi conduzida pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) e resultou na prisão de Natália Gonçalves de Sousa de 19 anos, no dia 25 do mesmo mês. A jovem já havia sido presa por receptação e confessou ser a autora do crime. O piloto da moto, o motoboy Matheus Queiroz, ainda está foragido.

O segundo caso é de uma advogada de 63 anos, inscrita na OAB-TO, que foi agredida por um agente penitenciário em Paraíso do Tocantins. A agressão teria acontecido no dia 27 de fevereiro, dentro da delegacia regional da cidade, quando Iara Maria Alencar foi até o local para atender a um cliente menor de idade, que estava apreendido. Ela afirma que foi impedida de falar com ele. Segundo consta no Boletim de Ocorrência (BO), registrado após a agressão, o agente teria agarrado a advogada pelo braço e a arrastado, dando-lhe voz de prisão. O policial teria, ainda, chamado Iara Maria de “vagabunda” e a atirado contra a parede, além de sacar a arma e ameaçá-la. O caso foi registrado na Central de Flagrantes de Paraíso do Tocantins. Segundo a OAB-TO, a advogada teria passado mal e teve de ser hospitalizada.

O terceiro motivo de repúdio da CMA/OAB-GO diz respeito a um magistrado da 2ª Vara Cível de Ceilândia, no Distrito Federal (DF), que indeferiu o pedido de adiamento de audiência feito pela advogada Alessandra Pereira dos Santos, grávida de 8 meses, pelo fato de que a data coincidia com a semana do parto. Ao que consta, o juiz chegou a sugerir que a advogada renunciasse ao mandato. O caso chocou a comunidade jurídica do DF.

Manoela Gonçalves reafirmou que os esforços da CMA/OAB-GO, em 2016, devem ser voltados à implementação do Plano Nacional de Valorização da Mulher Advogada, aprovado pela entidade no ano passado, com diversas ações que garantem a efetiva participação das profissionais na Ordem e a proteção de suas prerrogativas. Fonte: OAB-GO