Mais de 5 mil imigrantes brasileiros ilegais são presos por mês na fronteira do México com os EUA

A cada dia do mês de maio, em média, 165 brasileiros foram barrados ao tentar entrar nos EUA de modo irregular, via México, mantendo uma tendência de alta que ganha força desde março. O total de apreensões no mês passado, 5.118, foi o quádruplo do de março (1.346), mas abaixo dos 10.471 registrados em setembro do ano passado, segundo o CBP (Customs and Border Protection) a patrulha de fronteira americana.

“A justificativa que a gente mais escuta nas entrevistas com imigrantes brasileiros que chegam aos EUA é a economia brasileira, devido à alta da inflação e à estagnação dos salários”, afirma Gabrielle Oliveira, professora na Universidade de Harvard e pesquisadora de imigração. “Muitos deles dizem não ver perspectiva de melhora no Brasil, independentemente de quem for eleito presidente em outubro.”

O aumento de brasileiros detidos é parte de um recorde de imigrantes que tentam entrar nos EUA. O total de barrados na fronteira tem ficado acima de 200 mil por mês desde março. Em maio, atingiu 239 mil, a maior cifra mensal já registrada – o dobro do que se via em, 2021. Essa alta tem várias razões: se muitos países da América Latina enfrentam crises econômicas, os EUA têm vagas de trabalho sobrando; outro ponto é a percepção de que Joe Biden seria mais tolerante com a imigração do que Donald Trump.

Para Oliveira, o caso divulgado nesta última semana, quando ao menos 51 pessoas, provavelmente, imigrantes em situação irregular, foram encontradas mortas dentro e ao redor de um caminhão em San Antônio, no Texas, mostra que a fronteira continua bastante difícil de cruzar, mesmo sob o comando democrata.

“Quanto mais vigiada estiver a fronteira, mais gente buscará esse tipo de entrada, super arriscada. As pessoas estão chegando à fronteira e sendo recusadas, o que aumenta o desespero para entrar. Veremos mais gente escondida em veículo, morrendo por desidratação e altas temperaturas”, diz a pesquisadora.

O Governo Trump, que fazia do combate à imigração irregular uma bandeira, criou medidas para dificultar a entrada de estrangeiros. Muitas delas seguem em vigor, como o Título 42, que permite a agentes barrar pedidos de asilo na fronteira e mandar os requerentes embora para esperar o resultado da solicitação em outro país, sob a justificativa de risco de saúde pública.

A lei americana autoriza estrangeiros a pedir asilo aos EUA caso sofram perseguições em seus países, por razões políticas, religiosas, de nacionalidade e etnia, mas o modo de lidar com essas solicitações pode variar muito. Se o viajante chegar ao posto de fronteira e pedir asilo, provavelmente será orientado a aguardar a resposta no México, como parte dos procedimentos da medida Título 42.

Caso o estrangeiro cruze a fronteira de modo irregular e se entregue já em solo americano, o agente que fizer a captura tem o poder para decidir se encaminha o imigrante para a deportação ou a uma corte que analisará o pedido de asilo.

O Witer DeSiqueira & Pessoni Law orienta que, para um pedido de asilo ser aceito e aprovado é necessário comprovar documentalmente que realmente o requerente sofria algum tipo de violência e/ou perseguição, caso contrário o processo será negado e a pessoa deportada.

Dr. Witer DeSiqueira explica que existem mais de duzentos tipos de vistos para os EUA, em que a pessoa poderá entrar legalmente, trabalhar e até requerer a residência permanente (Green Card) e, até mesmo a cidadania americana. Se aventurar em uma imigração ilegal através de traficantes de pessoas (coiotes), além de colocar a própria vida em risco, pode ter um custo financeiro muito mais alto que um processo legal. “Orientamos as pessoas a buscarem informações com advogados especializados em imigração, antes de se envolverem com traficantes de pessoas. Muitas das vezes, a pessoa tem condições de já sair do Brasil com um visto de trabalho e até um Green Card, por um custo mais barato do que o cobrado pelo coiote. Mas por conta do imediatismo e falta de planejamento do brasileiro, este prefere pôr sua vida e suas poucas reservas financeiras em risco, e a maioria acaba por perder tudo, lamentavelmente!” disse o advogado. Com informações da www1.folha.uol.com.br

OBS.: O propósito deste artigo é informar as pessoas sobre imigração americana, jamais deverá ser considerado uma consultoria jurídica, cada caso tem suas nuances e maneiras diferentes de resolução. Esta matéria poderá ser considerada um anúncio pelas regras de conduta profissional do Estado da Califórnia e Nova York. Portanto, ao leitor é livre a decisão de consultar com um advogado local de imigração