Cirurgiões cardiovasculares se descredenciam da Unimed Goiânia e operadora pode deixar de realizar cirurgias

Médicos associados à Cooperativa dos Cirurgiões Cardiovasculares de Goiás (Copaccardio) se descredenciaram em bloco da Unimed Goiânia na segunda-feira, 3.  Segundo o advogado da cooperativa, Marcello Terto, a reclamação dos profissionais é de que a tabela que a operadora aplica para pagamento de cirurgias é inferior ao que é pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O advogado informa que a carta com o aviso de descredenciamento foi protocolada no início de janeiro. “O único retorno da Unimed, que veio na última semana foi o de que os pedidos seriam aceitos”.

Para Terto, os pedidos de demissão acendem sinal de alerta para os usuários cardiopatas. “O que torna a situação ainda mais sensível é que não restou nenhum especialista no atendimento às crianças cardiopatas. Os quatro médicos que realizam a cirurgia pediátrica no Estado estão na lista de desligados”, alerta o advogado.

Terto explica ainda que, com o descredenciamento, a Unimed Goiânia, que tem de bancar o atendimento para seus clientes, terá de arcar com despesas para a realização dos procedimentos em outros estados. “Caso se recuse, caberá aos usuários acionarem o Poder Judiciário e tratar a demanda na seara do direito do consumidor”, orienta.

O advogado afirma que a Copaccardio já comunicou a todos os hospitais credenciados sobre o rompimento com a operadora. O descredenciamento causará o represamento da demanda, com aumento na fila de espera por cirurgias eletivas e coloca em risco os atendimentos de emergência principalmente de madrugada e aos fins de semana. Para estes casos, Terto avisa que as operadoras têm de oferecer o serviço conhecido como sobreaviso, conforme determinação da Agência Nacional de Saúde (ANS), já que não há médicos plantonistas na especialidade.