Circulação de cédulas falsas cresce no fim de ano

Na melhor época do ano para o comércio, é gigante o volume de cédulas em circulação, com isso a chance de circular notas falsas no mercado aumenta exponencialmente. As mais copiadas ainda são as R$ 100 e R$ 50. Com destaque para a de R$ 50, que é a preferida dos falsários. Mas a vendedora de uma papelaria de Goiânia disse que as mais comuns que apareceram na loja são as de R$ 100, ela disse que pegou uma semana passada mesmo com todos os cuidados.

É nessa época também que há um aumento na procura de máquinas e canetas de verificação de dinheiro. No caso das máquinas, sob uma luz negra, aparecem nas notas verdadeiras filamentos prateados espalhados pelo papel. Já nas canetas, ao riscar uma nota, o traço deve desaparecer. Se o risco ficar escuro a nota é falsa. As canetas estão à venda em papelarias e custam a partir de R$ 7.

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Estado de Goiás (Sindilojas), José Carlos Palma, as cédulas novas são mais difíceis de falsificar e por terem valor baixo de R$ 5, R$ 10 e R$ 20 não compensam a adulteração. “Nas cédulas antigas apesar de serem mais copiadas, também são as mais fáceis de reconhecer as verdadeiras das falsas. Os profissionais do comércio já possuem treinamento e percebem a diferença rápido”, diz. Ele também relata que a caneta está bem popularizada, mas que a máquina tem maior eficácia na detecção da nota falsa.

De acordo com o Banco Central, as notas mais falsificadas são pela ordem, as de R$ 50 (56,2%), R$ 10 (27,9%), R$ 20 (8,3%), R$ 5 (6,9%) e a de R$ 100, com apenas 0,7%. De cada um milhão de notas de real que estão em circulação na economia, 92 não são autênticas. É quase o dobro do número registrado para o dólar e o euro. As duas principais moedas do mundo têm um índice de 50 cédulas falsas por milhão. A meta do Banco Central (BC) é chegar nesse patamar nos próximos dois anos a partir dos itens de segurança das cédulas da segunda família do real.

Postos são as principais vítimas

Principais vítimas dos falsificadores, os postos de combustíveis têm sido cada vez menos lesados. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Postos de Combustíveis do Estado de Goiás (Sindiposto), Leandro Lisboa, hoje está muito difícil de um falsário passar uma nota que não seja verdadeira para um frentista, pois eles recebem treinamento e tem mecanismos para isso. Ele relata que as vendas com dinheiro nos postos corresponde apenas 20% e 60% são pagos com cartão de crédito.

O presidente do Sindiloja disse ainda que as ocorrências notas falsas no comércio em Goiás estão acontecendo na maioria dos casos no interior, uma vez que a mão de obra é menos treinada para verificar a diferença. As principais vítimas são os postos de combustíveis e supermercados. José Carlos disse ainda que neste ano não está prevista uma campanha de esclarecimento dos profissionais do comércio como ocorreu em 2012. Ele diz que não houve demanda.

A expectativa do BC é que com as novas notas, que têm os itens de segurança considerados os mais modernos do mundo, a situação do Brasil deve melhorar no quadro mundial. O índice de falsificação do País já chegou a 206 notas por milhão. Era muito maior que o da libra esterlina, que tem 150 por milhão. O Japão, ao contrário, tem um índice de duas notas de iene por milhão.