Caso Fran: Acusado de divulgar vídeos íntimos com a namorada faz acordo para prestar serviços à comunidade

A estudante que ficou conhecida nacionalmente como Fran, ao ser exposta em um vídeo íntimo pelo ex-namorado, saiu chorando da audiência realizada na tarde desta quarta-feira (8) no Juizado Especial Criminal do Parque Atheneu, em Goiânia, onde o comerciante acusado de divulgação das imagens intimas aceitou um acordo proposto pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) para prestar serviços comunitários por cinco meses.

O empresário, que respondia por injúria e difamação e sempre negou ter divulgado os vídeos, chegou e saiu sem falar com a imprensa. Já a vítima ficou revoltada com o resultado da sessão. Ele promete entrar com ação de indenização por danos morais contra o ex-namorado.

Nos vídeos divulgados em mensagens de celular, via aplicativo WhatsApp, e na web, é possível ver a estudante em atos sexuais. O caso ganhou repercussão e virou meme [termo usado para frases, imagens e vídeos que se disseminam na internet de forma viral] nas redes sociais. As gravações se propagaram rapidamente pelo aplicativo de celular. Em um dos vídeos, a jovem aparece fazendo um sinal de ‘OK’. O símbolo virou piada nas redes, com montagens de políticos. Fotos de celebridades fazendo o sinal de OK também começaram a ser usadas pelos internautas. No entanto, algumas imagens teriam sido tiradas antes da polêmica e não se referem ao caso.

A estudante ficou sabendo do vídeo por uma amiga, no dia 3 de outubro do ano passado, enquanto trabalhava. “A primeira coisa que eu fiz foi ligar pra ele. Ele negou e disse que ia me ajudar a descobrir quem foi”. No entanto, para a estudante, não há dúvida de que foi o ex quem divulgou, pois há anos era a única pessoa com quem se relacionava e com quem já tinha gravado vídeos íntimos.

As imagens, segundo ela, ficavam dentro de uma pasta no celular, que fica dentro de outra. Para entrar nas duas é preciso de senha que só ele sabia, ressalta. A garota lembra que o vídeo já tinha se espalhado quando ela teve conhecimento: “Eu só chorava”. Ela afirma que no dia seguinte procurou a delegacia para registrar a ocorrência. “Meu celular resetava de tantas ligações. Meu Whatsapp [aplicativo de celular para envio de mensagem] parecia uma calculadora, não parava de somar, foram mais de 4 mil mensagens de desconhecidos com DDD do país inteiro. Não respondi ninguém. Também tive que excluir minha conta no Facebook”, declara a estudante que se mudou do bairro onde morava, mudou o visual e abandonou o curso de design.

Na época em que as imagens foram divulgadas, Fran afirmou que não se arrependeu de gravar os vídeos porque fez por amor. “Era com uma pessoa que eu amava e em quem eu confiava”. Só que isso não deveria ter sido mostrado para ninguém”, disse. No entanto, por causa da publicação dos vídeos, ela disse que sua vida “virou um inferno”.