Novas perspectivas para o mercado jurídico

Juliana Montez - gerente de projetos do Informa Group.A leitura do noticiário deixa claro que estamos vivendo um período de turbulência política e econômica, que acaba afetando direta ou indiretamente todos os extratos da sociedade. Com o segmento jurídico isso não é diferente. No entanto, o que se observa é que a crise também vem abrindo oportunidades para algumas áreas e quem conseguir enxergá-las poderá voar em céu de brigadeiro mesmo diante de uma tempestade.

O fenômeno que observamos de perto atualmente é o dos sucessivos cortes de gastos das empresas, que vêm impactando diretamente todos os departamentos, inclusive os jurídicos. Por outro lado, as mesmas companhias precisam cada vez mais de advogados competentes para tratar de processos ou mesmo acordos de recuperação judicial, temas comuns em cenário de recessão. Em alguns casos, como o da Operação Lava-Jato da Polícia Federal, que vem colocando o país de pernas para o ar, os assuntos são ainda mais sérios, com executivos de gigantes multinacionais sendo presos. Como resultado, as companhias estão recorrendo cada vez mais aos escritórios de advocacia, principalmente os mais especializados, que estão vendo seus negócios galoparem diante da nova demanda.

Para esmiuçar o fenômeno, a Fenalaw, maior evento focado em gestão para o mercado jurídico e atualidades da América Latina, realizará uma interação entre representantes dos setores impactados diretamente pela atual conjuntura. Alberto Mori, Sócio do escritório Trench, Rossi e Watanabe Advogados, e Pablo F. Gimenez Machado, Diretor Jurídico da Suzano Papel e Celulose, participarão de uma mesa com quem enxerga a atual conjuntura de fora – no caso, o economista Ernesto Moreira Guedes Filho, Sócio Diretor da Tendências Consultoria Integrada e especialista na área jurídica.

Outro tema muito em voga que será abordado no evento é a nova Lei Anticorrupção, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 1º de agosto de 2013, ainda na ressaca das manifestações ocorridas em junho daquele ano que se espalharam por todo o país. Por ter sido regulamentada apenas em março de 2015, muitas companhias ainda não se adequaram à nova legislação, que prevê a responsabilização objetiva, tanto no âmbito civil quanto no administrativo, de empresas que praticam atos lesivos contra a administração pública nacional ou estrangeira.

Portanto, o cenário atual, com novas leis entrando em vigor e com uma crise político-econômica instaurada, promete, contra os prognósticos mais pessimistas, abrir oportunidades para muitos escritórios, principalmente àqueles que investirem em qualidade, diversificarem seus negócios e fornecerem consultoria especializada.

*Juliana Montez – gerente de projetos do Informa Group