Eleito representante da OAB para assuntos ligados à Nova Ortografia, o goiano Carlos André Nunes vai, na próxima quarta (27), a Portugal, discutir o Tratado Internacional da Língua Portuguesa. O encontro será com a Ordem dos Advogados de Portugal.
Dois são os objetivos. Um deles é sobre a possibilidade de que algumas palavras, hoje tidas como “específicas do Direito”, entrem parte do vocabulário comum. O outro é tratar sobre termos jurídicos alterados pela Reforma Ortográfica e que podem gerar dúvidas em relação à utilização do hífen.
É o caso da palavra “pré-executividade”, muito usada em Processo Civil, e cuja grafia gera questionamento sobre o fato de poder ser “preexecutividade”. A mesma dúvida recai sobre a palavra “coerdeiro/ co-herdeiro”.
Outro problema está no termo “hora-extra”, que – em se tratando de instituto jurídico – tornar-se uma palavra e, portanto, deveria ser grafada com hífen. “Isso para diferenciar de ‘hora extra’, a hora extraordinária em si”, explica o professor e advogado Carlos André.
“O Tratado deve dar início a uma valorização da lusofonia no mundo. Não se trata apenas de uma reforma ortográfica, mas do início de novos tempos para a cultura lusófona”, observa.
Segundo encontro em Portugal
Na quinta-feira (28), ainda em Portugal, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) receberá o representante da OAB. Neste encontro, o objetivo é discutir sobre valorização da lusofonia como elemento fundamental para a aproximação entre os países de língua portuguesa.
Quando passa a valer a Nova Ortografia?
No Brasil, as novas regras passarão a vigorar em 1º de janeiro de 2016. Até a data, outras mudanças ainda devem surgir na grafia. Enquanto isso, lideranças dos 9 países lusófonos discutem o tema, na tentativa de se fazer uma reforma valorize a língua. “A língua portuguesa é um patrimônio não apenas dos brasileiros, mas de todos os países da lusofonia”, considera Carlos André.