Nesta quarta-feira (17), às 19 horas, na sede da OAB de São Paulo, o advogado e pesquisador do Instituto Max Planck da Alemanha, Bruno Lima, considerado o maior especialista em Luiz Gama (1830-1882) do Brasil, lança o livro “Luiz Gama contra o Império: a luta pelo direito no Brasil da escravidão”.
A obra, da Editora Contracorrente), tem como base sua tese de doutorado sobre a obra jurídica do ex-escravo e maior advogado e jurista negro do país, defendida n Faculdade de Direito da Universidade de Frankfurt e que ganhou como a melhor pesquisa do ano de 2022.
Durante mais de duas décadas, Bruno passou pesquisando a obra de Luiz Gama nos arquivos de tribunais e de veículos da imprensa – que ficou invisibilizada durante muito tempo – mas revelou a história incomum de um ex-escravo, jornalista, abolicionista, tribuno, poeta e advogado negro, que conseguiu libertar nos tribunais mais de 700 pessoas escravizadas e deixou uma obra jurídica de irrefutável relevância. Gama sofreu forte de influência de sua mãe, Luiza Mahin, negra africana, responsável por uma série de levantes na Bahia contra a escravatura na década de 1830 e deportada para África. Bruno já lançou vários livros das Obras Completas de Luiz Gama ( coleção com 11 livros – editora Hedra).
No prefácio do novo livro, o ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirma que o livro “marca um novo estágio nos estudos sobre a trajetória e a obra de Luiz Gama, este personagem tão importante de nossa história, nosso maior advogado, nosso abolicionista primeiro e um dos grandes pensadores da formação social brasileira. Bruno Lima dá corpo e nos permite um mergulho profundo no pensamento de Luiz Gama, mas também nas mazelas e nas possibilidades emancipatórias que fazem parte do Brasil.”
O autor
Bruno Lima é graduado em Direito pela Universidade do Estado da Bahia; Mestre em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília e Doutor em História do Direito pela Universidade de Frankfurt, Alemanha. Em 2022, Bruno ganhou o prêmio Walter Kolb de melhor tese da Universidade de Frankfurt e, em 2023, a medalha Otto Hahn da Sociedade Max Planck.
Atualmente, é pós-doutorando no Instituto Max Planck de História do Direito e Teoria do Direito e coordenador do Projeto de pesquisa Luiz Gama, no Brasil, que se propõe a levantar novos dados sobre Gama e a escravidão brasileira nos arquivos judiciais de São Paulo, a província que mais concentrou pessoas escravizadas no Brasil. Bruno ressalta que o império brasileiro foi uma “ máquina” de matar pretos e manteve o maior sistema escravista do mundo.
Veja mais em
Max Planc Institute For Legal History and Legal Theory https://www.lhlt.mpg.de/lima
Projeto Luiz Gama: https://projetoluizgama.hedra.com.br/